sábado, 19 de outubro de 2013

Memorial do Bispo Felismar Manoel


1 Dados Pessoais

Nome: Felismar Manoel, sexo masculino, estado civil solteiro.
Endereço: Estrada das Amendoeiras, 248 (Capivari) Chácaras
Rio Petrópolis, Duque de Caxias, RJ
CEP 25.243-420
felismarmanoel@gmail.com
Caixa Postal, 76080 Duque de Caxias
CEP 25.070-971

2 Titulação Acadêmica

Doutorado: Ciências da Religião, Área de Concentração: Filosofia da
Religião, Tese: A Sedução e a Razão como Subsídios para a
Fé de Abraão Prof. Orientador: Pe. Dr. Francisco Alves
Correia, Seminário Teológico Santo André- SETESA RJ
Mestrado: Ciência da Motricidade Humana, Dissertação: A Questão
Relacional em Terapia Física sob o Enfoque da Ecologia
do Desenvolvimento Humano Prof. Orientador: Prof.
Dr. Marco Antonio Guimarães da Silva, Universidade
Castelo Branco - UCB RJ
Lato Sensu: Especialização em Docência Superior, Instituto Brasileiro
de Medicina de Reabilitação - IBMR RJ
Especialização: Formação em Psicanálise Clínica com Supervisão
Didática, Sociedade Fluminense de Psicanálise Clínica, RJ
Especialização: Formação em Psicomotricidade Sistêmica com
Supervisão Didática, Centro de Estudos da Criança -
CEC RJ
Bacharelado em Fisioterapia: Instituto Brasileiro de Medicina de
Reabilitação - IBMR, RJ
Bacharelado em Filosofia: Seminário Teológico Santo André -
SETESA RJ
Bacharelado em Teologia: Seminário Teológico Santo André
SETESA, RJ
Ordens Sacras: Episcopado em 30/11/1975 das mãos de Dom Manoel
Ceia Laranjeira;
Presbiterado em 28/10/1965 das mãos de Dom Benedito
Pereira Lima;
Diaconado em 24/08/1965 das mãos de Dom Manoel Ceia
Laranjeira.
Sociedades e Associações: Membro das: Sociedade Brasileira de
Bioética; Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia;
Sociedade Brasileira de Psicomotricidade; Sociedade
Brasileira de Neurociências e Cognição; Sociedade
Fluminense de Psicanálise Clínica.

3 Minhas Origens Étnicas

Sou Felismar Manoel, nascido em 18 de abril de 1939, em uma fazenda (Fazenda dos Gregórios) na localidade de Cruzeiro, no Município de Guiricema, (Zona da Mata) no Estado de Minas gerais.

Trata-se de uma região povoada predominantemente pelo povo puri, já na terceira geração de nativos em contato com os colonizadores e bastante miscigenados. Do lado materno tenho um bisavô africano conhecido como "Tongo Mina", casado como minha bisavó índia, conhecida como "Indira Puri"; tenho portanto uma avó "cafuza", de nome Maria Graciana, que casou com meu avô, um português chamado Joaquim Soares de Souza Lima, de Coimbra.

Desse casamento nasceu minha mãe Maria Soares (e mais três irmãs e um irmão), que viúva com quatro filhos do primeiro casamento (Onesta, Omiro, Nair e Carlita), casou com Felício Manoel Julinho, também viúvo, com cinco filhos do primeiro casamento (Maria, Luzia, José, Alverina e Alcenira). Felício Manoel Julinho é um nome abrasileirado nos cartórios do Brasil, filho de uma família italiana, sendo seu pai Giovani Emanuel Giulini, nome abrasileirado como João Manoel Julinho nos cartórios do Brasil, de Calábria, e mãe Maria Barbieri, de Gênova.

A nova família resultante do casamento dos dois viúvos, resultou em uma nova família com mais seis filhos, pela ordem: Messias, Joaquim, João, Edes, Felismar e Sudário, sendo agregados mais quatro irmãos por razões de solidariedade social (não me lembro dos seus nomes em razão de ser eu muito criança quando convivi com eles). Assim, esta família agora enriquecida com os filhos dos casamentos anteriores, o casamento dos dois viúvos, mais os agregados, formava uma comunidade de dezenove irmãos, morando na mesma fazenda durante um certo tempo.

4 Experiências da Infância

Minha infância foi muito bem vivida para os padrões cognitivos da vida rural, embora eu tenha vivenciado alguns problemas, que de certa maneira interferiram em meu desenvolvimento e aprendizados:
* Na fase do engatinhamento pelos amplos cômodos da fazenda, descuidaram de mim e eu me dirigi para a escadaria de acesso a sala de visitas da fazenda, rolando escada abaixo até o jardim de entrada, em uma altura de cerca de dez metros, com perda de sentido por algumas horas e vômitos de sangue, causando muita preocupação, sensação de culpa pela mãe, sendo tratado pela medicina homeopática dos "tratadores puri" e feito promessa para "Nossa Senhora", um costume popular local;
* Na infância e até os doze anos, fui portador de um acentuado estrabismo divergente do olho esquerdo, sem nenhum treinamento ou tratamento até os 12 anos, razão que me levou a não ter visão útil nesse olho, ficando portanto com visão monocular e em consequência, percepção do mundo de modo plano, como em desenho, sem visão estereoscópica, sem formar a consciência da tridimensionalidade do mundo material concreto;
* Esse fato acima me levou a ter dificuldade de aprendizagem nas classes iniciais, sendo detectado pela professora nas aulas de desenho, levando-a a me proporcionar o aprendizado e internalização dos conceitos das formas e detalhes através do tato manual. Esta atividade psicomotora possibilitou-me um salto no meu desenvolvimento intelectual, o que me levou a ser aluno com excelentes resultados no aprendizado a partir daí, apesar da deficiência visual;
* Tive uma infância rica de estímulos, experiências e brincadeiras, principalmente junto à natureza: andar, correr, subir em árvores, escalar ribanceiras, pular de ribanceiras com guarda-chuva aberto, dar saltos com apoio e projeção em bambu, nadar, tomar banhos nos rios e nas cachoeiras, visitar as minas (olhos d'água, córregos, lagoas, pedreiras, cavernas, etc), os penhascos, as montanhas, as florestas, conhecer os pássaros e bichos. Tudo isso me oportunizou uma estreita convivência com os nativos e aprender o modo puri de explicar a vida, sendo que essa cultura puri influenciou na formação do meu caráter e principalmente a minha identificação com os valores do povo nativo. Foi assim, que na minha adolescência construí a minha identidade cultural, adotando também o apelido indígena "Nhãmanrúri Schuteh" (Córrego tranquilo, córrego bonito). Fui treinado na cultura indígena, em técnicas de expansão da consciência e desdobramento mental psico-anímico, participando de muitas experiências junto à natureza.


5 Estudos Fundamentais

Estudei o curso fundamental comum (1º, 2º e 3º ano ) na escola primária da região rural, sendo que um certo tempo as aulas aconteceram na própria fazenda (a professora, Maria da Glória Lessa, por questões políticas, perdeu o prédio onde morava e dava aulas, tendo que ancorar-se na fazenda de meu pai).

Quando terminei o 3º ano primário, o meu pai teve que abandonar o prédio da fazenda, pois seus genros herdeiros exigiram que ele a abandonasse para o prédio ser demolido e vendido o seu madeiramento; sendo assim, fomos morar em uma casa velha no terreno de um dos seus genros herdeiros, em troca de um antigo relógio de parede e de uma máquina (singer) de costura, de pedal, (quando meu pai enviuvou, ele fez o testamento e partilha dos seus bens e propriedades e não o modificou após o novo casamento, assim, os filhos do segundo casamento não partilharam da herança).

Por essa ocasião, de extrema pobreza, fui estudar o 4º ano primário no Grupo Escolar Coronel Luiz Coutinho, da Cidade de Guiricema, tendo que caminhar à pé, sete quilômetros de ida e volta todos os dias de aulas. Me formei nessa modalidade em 1953 e comecei a estudar latim, grego e artigos de religião com os padres franciscanos, na Comunidade Franciscana da Matriz da cidade de Guiricema e na Capela do Cruzeiro, região onde morava. Tornei-me muito devotado e zeloso com as práticas das virtudes cristãs, inclusive tornando-me líder na comunidade católica da localidade.

Nessa época comecei a me dar conta das desigualdades sociais e econômicas, inclusive as diferenças de oportunidades para as pessoas, desenvolvendo em mim um desejo de encontrar meios de resolver esse problema, formando uma convivência mais igualitária e fraterna.

6 Atividades Pastorais

Um episódio importante aconteceu na minha vida devocional nessa época: Fazia um trabalho de visitas as casas das famílias nos meses de maio, com a imagem da Virgem Maria e em dezembro e janeiro, com a imagem do Menino Jesus. Arrumávamos presépios nas residências e nas capelas, assim, consegui comprar uma imagem do Menino Jesus para colocar no meu presépio e levei-a para o Frei Cornélio benzê-la; quando ele a devolveu-me após a sua benção, ela caiu no chão e virou vários pedacinhos; ele ficou muito triste com o ocorrido e para compensar-me, deu-me uma Bíblia de presente, já que não tinha outra imagem do Menino Jesus.

Ao ganhar a Bíblia a minha primeira curiosidade foi encontrar os livros que continham os ensinamentos de Jesus, e assim, comecei a estudar os quatro evangelhos e fui buscar também onde se encontrava os Dez Mandamentos da Lei de Deus; tive uma reação preocupante, inquietante, questionadora: porque a igreja católica romana ensinava cultuar as imagens, se o segundo mandamento claramente proíbe esse culto? Fui falar com o Frei Cornélio, falei também com o Frei Lino e com o Frei Metódio de Haas; esse último me demonstrou sinceridade nas argumentações e preocupação pastoral com meu estado de inquietude e começou a dialogar comigo, apresentando-me a história de São Francisco, seu esforço de reformar a igreja dos desvios que às vezes ocorrem, mas do ideal de reformar a partir de dentro; convenci-me que queria ser franciscano e como já era adulto, pensou-se no "Seminário para as Vocações Tardias". Afoitamente, renunciei aos bens familiares e me decidir seguir o ideal franciscano, tal como Francisco de Assis o fizera (não tinha ainda consciência que não era herdeiro de nada).

7 Experiência Franciscana

Ao ser eu avaliado para o seminário, constatou em mim uma dificuldade; pois eu não tinha a visão do olho esquerdo, que na época era considerada a "visão canônica"; assim, eu só poderia ser um Frade Leigo, como o fora Francisco. Continuei me preparando com os frades nas comunidades, passando por Visconde do Rio Branco, Santos Dumont e Belo Horizonte, até quando consegui ser aceito no Convento Santo Antônio, em Divinópolis, MG. Infelizmente ao lá chegar e ter um pouco de vida conventual, perceberam que eu tinha queixas de saúde (verminose", resultante das condições ambientais da vida rural, que foi confundido com doença de fígado), sendo eu descartado, tendo que voltar para casa.

8 Professor de Escola Primária

Não desisti de ser um religioso, apesar de ter sido descartado pelas questões de saúde; continuei me preparando com os padres e em todas as oportunidades que apareciam. Fui dar aulas, montando a Escola Nossa Senhora de Lourdes, uma escola missionária, na comunidade da região, que funcionou com excelentes resultados por algum tempo, sendo eu então nomeado pela Prefeitura de Guiricema para ser professor da Escola Felício da Silva, em uma fazenda, ao pé da Serra de Tuiuitinga (uma região com forte domínio da cultura indígena puri), onde lecionei por algum tempo, o curso fundamental comum. Infelizmente as dificuldades econômicas, a falta de meios de subsistência de toda a família, fez com que tivéssemos que nos deslocar para o Rio de Janeiro, para a casa de parentes, a fim de buscar novas alternativas de sobrevivência.

9 Experiência no Operariado

No Estado do Rio de Janeiro, ficamos um pouco em Heliópolis (Xavante), em Belford Roxo, Município de Nova Iguaçu, RJ (na época), onde pude treinar datilografia, para facilitar no emprego, conseguindo me registrar como Professor de Datilografia, mas sem sucesso estável para apoiar a família do ponto de vista econômico. Fomos então para o Km 42 da Estrada Rio São Paulo (antiga), em Seropédica, estreitando laços com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, principalmente com a "Fazenda Patioba", onde havia um internato feminino de Formação Pedagógica, na qual fui ajudar o Padre Capelão.

Por essa época, tive a oportunidade de viajar nos trens elétricos da Central do Brasil, tanto nos ramais de Campo Grande, como no de Nova Iguaçu, isto no horário de grande fluxo de passageiros, transportando o operariado carioca; perceber como vive um operário assalariado, suas dificuldades, suas lutas, e principalmente sem perder o humor e a alegria, mudou a minha perspectiva de vida, fazendo eu desistir da formação pedagógica e ir "buscar a experiência de ser um operário", o que consegui com a ajuda de uma religiosa vicentina, a Irmã Maria Luiza, indo trabalhar no Hospital Nossa Senhora da Saúde (Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro), na Gambôa, Rio de Janeiro, a partir de julho de 1960.

Minha estada como servidor no Hospital da Gambôa, como era chamado popularmente, foi muito enriquecedora: as equipes de servidores, junto ao corpo clínico e as irmãs, vivíamos como se fôssemos uma família; comecei como servente, desenvolvendo interesse e dedicação tornei-me atendente dos ambulatórios por um certo tempo, passando a técnico (prático) de exames de metabolismo basal, eletrocardiograma e em arquivos e estatísticas nosológicas.
Por questões de desentendimento com a irmã superiora do hospital, após sete anos de serviço no local, fui transferido para a Sede da Santa Casa, indo trabalhar no Departamento de Engenharia, na Secretaria Geral da Santa Casa de Misericórdia, no Centro do Rio de Janeiro. Foi muito rica a minha estadia na Secretaria Geral, pois tive oportunidade de ser treinado em diversas modalidades de serviços: além de servir no setor de engenharia, servi também no Departamento do Contencioso, no Departamento de Pessoal, na Administração do Cemitério São João Batista, em média por três anos, mais ou menos em cada setor, indo depois servir no Laboratório Industrial Farmacêutico, setor onde permaneci por mais de quinze anos, pois oportunizou-me desenvolver várias atividades, indo da administração, cálculos de custos, controle de qualidade (controles de esterilidade e pirogênio de produtos injetáveis), controle mercadológico e análise econômica. Neste setor pude aplicar meus conhecimentos de biotecnologia adquiridos em vários cursos avulsos que fazia. Fui Assistente Administrativo da Chefia Técnica até minha aposentadoria, creio em 1991.

10 Nova Visão do Cristianismo

Vinha procurando uma Igreja Cristã, que por fidelidade ao ensinamento de Cristo, desenvolvesse uma pastoral solidária a essa gente desde 1959, logo após a minha chegada ao Rio de Janeiro; convenci-me que não devia ser missionário lá na Africa, ou na Amazônia, como foram meus sonhos iniciais, mas que era necessário eu revisar minha formação teológico-pastoral, para tornar-me um missionário para as realidades urbanas; confesso que inicialmente, foi muito difícil para mim, pois não consegui sufocar "o índio" que continuo sendo, pelo modo de inserção no mundo de Deus, do qual me considero parte, em igualdade de condições com as outras criaturas de Deus, fazendo parte da natureza todos nós.

Visitei várias Igrejas Protestantes, Evangélicas, Ordens Místicas, Terreiros, Centros Espíritas, todos os gêneros de religiões que eu encontrava no Rio de Janeiro; em 1957 eu tivera contato, através da Província Franciscana Santa Cruz, da Holanda, com expressiva documentação da Igreja Católica Livre no Brasil, principalmente os escritos de Dom Salomão Ferraz e de Dom Manoel Ceia Laranjeira, e agora estando no Rio de Janeiro, me dispus a procurá-los, o que consegui, através do Escritório Pastoral de Dom Manoel, instalado na Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro.

Em 1959/1960, tive o privilégio de participar dos trabalhos das comunidades do Rio de Janeiro, na Diocese São José. Dom Manoel desenvolvia trabalhos com Escritório Episcopal, no Centro do Rio de Janeiro; residência no Bairro de Fátima, com encontros e palestras; e com residência, capela episcopal e o Seminário Teológico Santo André - SETESA, em Bangu. Tive a oportunidade de receber respostas às minhas inquietudes lá do passado, de quando tive contato com a Bíblia pelas primeiras vezes; Dom Salomão Ferraz era um expositor caridoso, um pastor solene, enquanto Dom Manoel era um pai, cuidadoso com os filhos, repetidor da mesma lição quantas vezes fosse necessário; com esses dois eu consolidei a minha conversão verdadeira ao Cristo de Deus, foi através deles que eu pude vivenciar a experiência pessoal com Deus e os irmãos, no amor de Cristo, de modo consciente e pleno.

11 Reformulação Filosófico-Teológica

Refiz a minha formação filosófico-teológica, fazendo os bacharelados de filosofia e de teologia no SETESA, onde tive uma outra forma de estudar, muito mais ativa, participativa, vivenciada; não havia o "culto da cátedra", o que havia era o caminho da procura de soluções e a celebração quando se encontrava as respostas; não havia a aula magistral, mas o grupo de procura de respostas para os questionamentos, os professores tutores que auxiliavam apontando fontes, ajudando nos termos e temas difíceis e os preceptores nas comunidades, nos auxiliando na prática do que foi aprendido. No curso de filosofia a maior área de concentração foi em comportamento humano, notadamente em psicologia e antropologia, pois era a área de meu maior interesse.

Durante o curso de filosofia me dei conta que eu devia definir meus estado de vida, se celibatário, ou casado, já que o catolicismo salomonita permite as duas opções e eu não tivera experiências sexuais anteriores.
Comecei a namorar, conhecer as mulheres, frequentar lugares que facilitavam os encontros românticos. De comum acordo com as parceiras, por três vezes, tentamos experiências de vida íntima para ver se dava certo, para testar a minha adequação à formação de um lar: fui muito bem nos aspectos sexuais da relação, mas um desastre na quesito de sustentação afetiva de uma família, pois eu só lembrava que tinha uma responsabilidade a cumprir no lar, quando terminava de resolver os problemas de ajuda e solidariedade sociais que eu encontrava na rua e nas comunidades. Decidi que eu não era educado adequadamente para o lar, não estando disposto a mudar de comportamento e resolvi assumir a vida de solteiro dedicada ao bem comum, já que não tinha nenhuma inquietação de ordem sexual ou afetiva, podendo levar uma vida cristã virtuosa sem ser puritano, nem promíscuo.

12 Pesquisas Antropológicas

Eu fui um aluno empolgado, e aproveitando meu treinamento antropológico, durante o período que fazia a formação e ao mesmo tempo trabalhava na Santa Casa de Misericórdia para ganhar o meu sustento, como um operário comum, eu desenvolvi várias pesquisas de campo, com o apoio de meu bispo Dom Manoel, para dar subsídios às implantações de trabalhos da pastoral urbana, geralmente nas questões das minorias, excluídos e discriminados:

a) Desenvolvi pesquisas com os moradores de ruas do centro do Rio de Janeiro;
b) Pesquisas com prostitutas, homossexuais menores e michês nas áreas da Central do Brasil e nos seus ramais de Campo Grande e Nova Iguaçu, na Praça Tiradentes e Cinelândia no Rio de Janeiro;
c) Pesquisas com as religiões de bases populares, como umbanda, candomblé, espiritismo, esoterismo, neo-pentecostalismo e outros, buscando conhecer principalmente o senso de apoio comunitário entre eles, bem como analisar os fenômenos psico-anímicos existentes nessas comunidades e sua utilidade prática para os grupos religiosos.

Todas essas pesquisas foram bastante difíceis, pois todas foram pesquisas de modo participante, convivendo com a realidade pesquisada; talvez o mais difícil tenha sido a experiência de ser "morador de rua", cujo planejamento era vivenciar por quinze dias, mas que tive que reduzir apenas para uma semana. Estas pesquisas sempre antecediam as criações de Ações Pastorais por parte do Catolicismo Salomonita sob o pastorado de Dom Manoel Ceia Laranjeira.

13 Cursos Parciais Avulsos

Sempre que surgia oportunidades nessa época, eu fazia pequenos cursos, buscando me instrumentalizar mais, seja em línguas, como esperanto, espanhol, italiano e em técnicas na área da saúde, como técnico de laboratório, oficial de farmácia, biotecnologia, ou coisas parecidas.

14 Frustação com o Ecumenismo de Roma

Durante a minha formação no Bacharelado de Filosofia, Dom Salomão Ferraz estreitou laços com a Igreja de Roma, acreditando no discurso ecumênico do Papa João XXIII, sendo recebido na Igreja de Roma e reconhecidas suas Ordens de diácono, presbítero e bispo; muitos do clero tinham medo dessa aproximação com Roma e alguns, como eu, não aderimos a tal união e continuamos juntos com Dom Manoel Ceia Laranjeira, no puro ideário da Igreja Católica Livre, tal como foi concebida no Concílio de 1936 em São Paulo.

15 Recepção das Sagradas Ordens

Em 1965 fui encaminhado à Congregação dos Missionários de Cristo Sacerdote Eterno, para preceptoria e para receber as Ordens Sacras do Diaconado (Dom Manoel Ceia Laranjeira foi o Bispo ordenante em 24/08/1965 na comemoração de São Bartolomeu apóstolo) e do Presbiterado (Dom Benedito Pereira Lima foi o Bispo ordenante em 28/10/1965, na comemoração dos Santos Simeão e Judas Tadeu apóstolos) . Também nessa congregação bateu a "febre" da união com a Igreja de Roma; colocaram o meu "dossiê" no pacote pró-Roma, sem meu consentimento (isto motivou um grande descontentamento).

16 Restauração do Catolicismo Evangélico Salomonita

Em 1965 Dom Salomão Ferraz percebeu o equívoco que foi a sua adesão à Igreja de Roma e nos orientou na reorganização plena do trabalho nos moldes da inicial Igreja Livre. Reunimos em Concílio em 1965/1966, sob o Báculo de Dom Manoel Ceia Laranjeira, e foi restaurado o trabalho anterior, mudando o nome para Igreja Católica Apostólica Independente no Brasil - ICAIB, retomando o nosso trabalho, como na fase pré-romana. Dom Salomão Ferraz continuou dentro da Jurisdição Episcopal da Igreja Papal, como Superior da Ordem de Santo André e nos dando orientação enquanto viveu.

17 Missões Itinerantes no Grande Rio

Nas Missões itinerantes tive a oportunidade de estreitar relações com várias Igrejas Evangélicas, sendo de notável experiência o compartilhamento de ações pastorais com o Reverendo Pastor José de Souza Herdi e sua esposa (Igreja Batista), casal que muito me influenciou na busca do doutorado em teologia.
Participei de várias missões itinerantes nas áreas de pobreza dentro da Região do Grande Rio, plantando igrejas e experiências comunitárias, com excelente êxito (no bairro Juscelino, no Jardim das Palmeiras, em Moquetá, em Engenheiro Pedreira (Município de Nova Iguaçu) e em Vila Rosali e São Mateus (Município de São João de Meriti). Infelizmente a falta de formação teológica e pastoral dos clérigos que assumiram para continuar com esses trabalhos, faziam com que as comunidades não se consolidassem. (A dinâmica da Igreja Católica Brasileira ordenando muitos padres sem formação especial criava problemas para nossa Igreja, pois eles desistiam da Igreja Brasileira e nos procurava, sendo admitidos por Dom Manoel por questões de piedade e acolhimento pastoral; mas esses clérigos eram resistentes a fazerem a formação pastoral complementar).

18 Doutoramento em Ciência da Religião

Em 1968 retomei os estudos no SETESA em busca do Doutorado em Ciências da Religião, para fazer face aos ataques da Igreja de Roma contra nós, com toda a sorte de injustiça e descaridade que se pode imaginar; encontrei como meu Orientador o Pe. Prof. Dr. Francisco Alves Correia - Titulado Doutor pela Universidade Gregoriana de Roma; dediquei-me a Área de Concentração em Filosofia da Religião e trabalhei com os autores da chamada "Morte de Deus" defendendo a Tese de que a Verdadeira Fé se vale de Base Racional, usando o exemplo de Abraão, que no primeiro momento foi motivado pela sedução de ser pai, e somente no segundo momento, ele teve a certeza, de que, quem solicitava o sacrifício de seus filho, era poderoso o suficiente para providenciar uma solução satisfatória ao seu dilema.

Em 1972 consegui concluir o meu Doutorado e enfrentei dificuldades para isto; como meus estudos básicos não eram formais e sim por provas do nível de suficiência na entrada do bacharelado de filosofia, os membros do clero exigiram que eu fizesse prova novamente em um dos seminários menores da ICAIB, o que me levou a prestar exames no Seminário São Luiz Gonzaga, dos Padres Operários de Jesus, sob a Superintendência Geral de Pe. Lapércio Eudes Moreira. Graças a Deus foi fácil fazer tais exames, pois o nível era compatível com o que eu tinha estudado antes.
Antes de receber a Diplomação e Título de Doutor, tive que submeter o conteúdo da minha tese aos pares do clero e à comunidade para ver se alguma contradição idiodóxica estava sendo sustentada no meu trabalho. Tudo estava conforme e então eu recebi a Láurea de Livre-Docência no ambiente eclesial, das mãos de Dom Manoel Ceia Laranjeira.
Estava agora titulado e poderia enfrentar as intrigas do Clero Romano em pé de igualdade, sendo bem verdade que, os ataques romanos diminuíram com o reconhecimento das Ordens Episcopais de Dom Salomão pelo Papa João XXIII.

19 Lidando com a Falta de Identidade Eclesial

Neste período houve muita dispersão do clero de Ordens avulsas, organizadas a partir da liberalidade ordenatória da Igreja Brasileira, e que por vezes Dom Manoel recebia no seio da nossa Igreja. Isto levou a presença da falta de uniformidade no seio da ICAIB, cujas celebrações pareciam com as da Igreja de Roma. Dom Lapércio, agora Bispo, liderava uma idéia contrária aos ideais evangélicos do Catolicismo Livre e Independente iniciais que ele tinha jurado seguir, iniciando um movimento em direção a uma apostasia, se distanciando da profissão de fé e compromissos assumidos, nunca usando o Ritual Brasiliense e adotando uma formação superficial do clero; criou um ritual próprio para a missa, que levava vinte minutos de celebração, embora muito teatral nas rubricas.

20 No Cabido da Sé Patriarcal

Dom Manoel Ceia Laranjeira organizou o Cabido da Sé Patriarcal e colou "vínculo perpétuo" a dois Cônegos, sendo Raimundo Olegário Portela Cônego Defensor da Sagrada Liturgia e eu, Felismar Manoel, Cônego Guardião e Instrutor da Fé. Em várias situações nesses tempos, nós do Cabido tínhamos que adotar estratégias de infiltração nos ambientes para conhecer o que se tramava contra os ideais do Catolicismo Alforriador, característico da Igreja Católica Livre, que denominamos hoje de Catolicismo Salomonita.

21 Experiência como Reitor de Seminário

Por razões pastorais tive que criar e ser o Reitor do Seminário Teológico Regente Feijó, para dar formação complementar aos elementos do clero que aceitasse fazê-la, tal a superficialidade da formação que era adotada por alguns bispos; embora eu recebesse total apoio do Patriarca Dom Manoel Ceia Laranjeira, eu sofria boicote de grande parte dos próprios bispos da época. Fui o criador e Reitor desse Seminário, por mais ou menos oito anos; para sua manutenção eu criei a Academia Liberal de Hierologia; adotamos as pedagogias ativas em contato com as realidades que se desejava transformar; consideramos a população do entorno das comunidades eclesiais como o Povo de Deus que Caminha, os "Caminhantes", pois constata-se que todos desejavam um mundo melhor para si e para os seus, o que a Igreja denomina de "Reino de Deus"; adotamos os Professores Tutores para dinamizar o aprender a buscar soluções, do ponto de vista prático e acadêmico, e Preceptores para assistir a execução prática das ações pastorais, à semelhança do SETESA, Seminário Oficial da Igreja Livre; enquanto os novos padres eram neófitos na jornada, adotamos os encontros de Supervisão Pastoral de casos. Graças a Deus se conseguiu fidelidade e seriedade de alguns e os levianos acabaram por se debandarem por conta própria.

22 Repúblicas de Irmandade Social

Seguindo a tendência agregadora da minha família, adotei acolher nas minhas residências urbanas, os párias dispersos de suas famílias, que vinham do interior do pais ou das periferias urbanas, formando "repúblicas" de testemunho cristão e de cidadania; foram experiências positivas, resultando na agregação de alguns como "irmãos afetivos", (meio irmãos, meio filhos) por solidariedade cristã e social, lembrando aqui de três nomes: Genivaldo Ferreira da Silva, com quem ombreei trabalhos de alcance social na zona da Leopoldina: Raildo dos Santos, que em vez de irmão foi um verdadeiro filho, já falecido precocemente e Antonio Carlos Azevedo, este último ainda partilhando o vínculo de irmandade afetiva e social me apoiando nos trabalhos atuais da comunidade onde moro.

23 Consagração Episcopal

Em 1975, Dom Manoel Ceia Laranjeira nomeou-me (in pectore) como Bispo Auxiliar do Patriarcado, tendo eu sofrido uma ligeira pressão do clero em consequência de não constar em meu nome o "Soares" de minha mãe; alegaram que eu era filho ilegítimo por não usar o nome da mãe, tendo eu que fazer juntada de documentos comprobatórios do casamento de meus pais; por fim aceitaram e me aprovaram, sendo eu consagrado Bispo pelas mãos de Dom Manoel Ceia Laranjeira aos 30 de novembro de 1975, na comemoração de Santo André apóstolo.

24 Experiência na Clínica Pastoral

Em consequência dos resultados das pesquisas de campo que foram efetuadas, conseguimos montar na Lapa, na Rua Joaquim Silva, Rio de Janeiro, um Gabinete de Clínica Pastoral, oferecendo às pessoas apoio terapêutico e pastoral para restaurar as dignidades de suas vidas. Todos os primeiros domingos de cada mês, tínhamos uma Adelfotéia, (encontros de irmãos que crêem em Deus), onde todos estreitavam laços de amizade, consolidava-se o clima de alteridade e terminávamos pela celebração de um Ágape Fraterno.
Nessa época eu trabalhava na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (à Rua Santa Luzia), morava com minha mãe e um irmão no município de Nova Iguaçu, e além da Pastoral Terapêutica comecei uma inculturação com um grupo de espiritualistas que buscavam atributos cristãos em sua ordem, cuja base se estabelecia na Rua das Marrecas.

25 Perseguição do Cardeal Eugênio Sales

Houve um episódio inusitado com relação à minha Sagração Episcopal, pois em virtude da "Revista da Santa Casa" ter noticiado a minha ordenação episcopal, publicando as fotos, o Cardeal Romano do Rio de Janeiro, Dom Eugênio de Araújo Sales, em represália, obrigou a Santa Casa ou a me demitir do emprego (tinha mais de quinze anos de emprego na firma), ou a cessar a publicação da revista; o que levou a Santa Casa a transformar a Revista em "Boletim da Santa Casa de Misericórdia" e eu permanecido no emprego, onde fiquei até a minha aposentadoria. "É o suave meio de sua Eminência, "cardine pró romanus imperius", praticar a caridade cristã em nome do ecumenismo, que alardeiam ser partidários".

26 Formação na área da Saúde

Com a morte de minha mãe, meu irmão foi morar próximo à sua filha em Nova Iguaçu e eu fui morar no Rio de Janeiro, na Rua Sousa Bandeira, no Bairro da Saúde. Em preparação para cursar área de saúde, voltei às instituições de ensino do Rio de Janeiro, para lograr certificação das escolas oficiais de primeiro e segundo grau, já que minhas certificações anteriores eram por exames de suficiências, sendo fácil em razão dos conhecimentos que já possuía, tendo que buscar reforço em física, química e matemática, mas logrando sucesso em meus exames no Colégio Bezerra de Araújo.
Voltei à universidade e fui cursar o Bacharelado de Fisioterapia no Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação, onde cursei também (parcialmente) o Bacharelado de Psicomotricidade, e onde fiz a Especialização Lato Sensu na área pedagógica.

27 Professor Universitário

Assumi como Professor Universitário nos Cursos de Fisioterapia e Psicologia, na Faculdade de Ciências Médicas e Paramédicas fluminense, localizadas em Nilópolis, Estado do Rio de Janeiro, onde lecionei por quatorze anos, sendo também uma experiência enriquecedora a convivência com alunos, professores e os diretores.

28 Lidando com a Apostasia Eclesial

Através de manobras "palacianas" Dom Lapércio induziu-nos a todos, inclusive a mim, alijando por exclusão o clero do nordeste brasileiro (Diocese de Salvador, Bahia) e conseguiu colocar Dom Manoel como Patriarca Emérito e assumiu o Patriarcado, montando toda uma estrutura que facilitasse sua substituição através de eleição por um clero estrangeiro, desconhecido da vida comunitária, clerical e espiritual do Brasil.

Um antigo elemento da casa de Dom Lapércio, dele se desligou e se insinuou como clérigo "coitadinho", sendo abrigado por Dom Manoel, dado o seu espírito paternal acolhedor; logo ele se apoderou das chaves da Capela Patriarcal, da residência de Dom Manoel e dos arquivos da ICAIB. Fui eu designado por Dom Lapércio para negociar a saída de tal clérigo dos ambientes sagrados, sendo recebido pelo mesmo com ameaças e um revólver nas mãos. Desisti de fazer pressão e pedi que fosse comunicado o fato a polícia, Nessa época Dom Manoel estava já com avançada demência senil (acelerada pela tristeza de ter sido afastado como "Patriarca Emérito" e pela morte de Dona Nair, sua esposa), recebendo apenas a minha visita semanal como elemento do clero, pois ele não mais confiava nos demais. Dom Manoel acabou falecendo e sendo sepultado no Cemitério de Campo Grande, RJ, não tendo a sua família comunicado a sua morte aos membros do clero.

Após a morte de Dom Manoel, tal clérigo "invasor", atuante em seus domínios, ateou fogo em todos os arquivos e mobiliário da igreja e falsificou documentos vendendo o imóvel, que aliás era um comodato cedido à igreja pelo Juiz, pois o imóvel estava em inventário. Com esse incêndio perdemos todos os arquivos da Igreja, incluindo nossos relatórios de pesquisas, teses e outros documentos.

29 Melhor Capacitação para a Docência Superior

Aposentei-me da Santa Casa de Misericórdia e a partir de 1994 fui morar e trabalhar em projeto comunitário em uma área carente, na localidade de Capivari, Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Infelizmente os proventos da aposentadoria foram diminuindo descompassadamente diferente da correção dos salário dos trabalhadores, o que forçou-me a voltar a trabalhar.
Em busca de melhor qualificação voltei a universidade e cursei o Mestrado em Motricidade Humana, trabalhando em minha Dissertação a "Questão Relacional em Terapia Física" sob o enfoque da Ecologia do Desenvolvimento Humano, sob a Orientação do Prof. Dr. Marco Antônio Guimarães da Silva.
Como me dediquei à Fisioterapia Psicomotora Clínica, busquei aprimoramento fazendo curso de Formação em Psicanálise Clínica na Sociedade Fluminense de Psicanálise Clínica e de Formação em Psicomotricidade Sistêmica no CEC, com a Profª Drª Rosa Prista.
No campo da fisioterapia psicomotora clínica tenho atuado mais com adolescentes e adultos, lidando com os problemas cognitivos, de adaptação circunstancial e com os comportamentos e vivências existenciais.

30 Experiências Atuais

Atuo como professor e terapeuta didata nas formações em Terapia Psicomotora Analítico-Clínica no CEBRASC, à Rua Francisco Eugênio, 180, sobrado, em São Cristovão, Rio de Janeiro, RJ.
Atuo também como Diretor de Ensino dos Cursos de Formação Pastoral do Seminário Teológico Santo André - SETESA, anexo ao Mosteiro Compaixão Sagrada, à Estrada das Amendoeiras, 248, Capivari, Duque de Caxias, RJ.

Mantenho publicações rotineiras em dois blogs, com dois artigos semanais:
< www.alforriacrista.blogspot.com > de natureza religiosa; e
< www.professorfelismar.blogspot.com > de natureza científica.

Assumi como Professor Adjunto Mestre I na Universidade Unigranrio, desde agosto de 2000, estando atuando como Líder do Grupo de Pesquisa GEFISIO - Unigranrio; em salas de aulas para medicina, enfermagem, fisioterapia, nutrição, odontologia e outros; em assistência terapêutica e orientação pedagógica de alunos com dificuldades de adaptação e baixo rendimento acadêmico; em iniciação científica e em projetos de pesquisas; como parecerista de projetos de pesquisas no Comitê de Ética em Pesquisa da Unigranrio - CEP- Unigranrio; como membro das Comissões de Biossegurança e de Resíduos de Saúde da Unigranrio; como membro do NDE do Curso de Fisioterapia; e participando de grupos de estudos e de trabalhos de interesse da Escola de Saúde da Unigranrio.

Por decisão da Assembleia Geral da I Convenção Católica Independente de Tradição Salomoniana - I COCI-TS de Feira de Santana, Bahia, assumi como Bispo Primaz do Catolicismo Salomonita no Brasil desde agosto de 2010, resgatando o Seminário Teológico Santo André - SETESA, cuja sede em instalação está situada em Caxias, RJ, onde tenho residência, no bairro Capivari (Chácaras Rio Petrópolis), anexo ao Mosteiro Compaixão Sagrada. Deve-se notar, que todas essas referências ostentam caráter de habitações populares de comunidades do proletariado da Área do Grande Rio. Nossa função principal é servir e não ser servido.

31 À Guisa de Conclusão

Agradeço a Deus, à vida e à sociedade organizada em Estado, a oportunidade de cumprir o propósito de Jesus Cristo na construção do reino de Deus na terra. Agradeço ao Catolicismo Evangélico Salomonita na figura de seu clero e crentes fieis, a oportunidade de tomar-me como operário da messe do Senhor e de fazer-me um membro consciente do Corpo Místico de Cristo nestes cinquenta e três anos de ministério cristão. Agradeço aos meus clientes e alunos a oportunidade de partilharmos conhecimentos terapêuticos e acadêmicos neste anos de assistência terapêutica e docência superior. Se tivesse que reiniciar agora, faria tudo novamente da mesma forma.


Felismar Manoel - Bispo, Prof. Dr.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Aprendizagem Integrada em Saúde

Aprendizagem Integrada em Saúde
Graduação, Extensão e Pesquisa
AIS-GEP
Prof. Felismar Manoel
Capivari, DC - 1994


Este trabalho foi apresentado em "Evento de Saúde Coletiva na Unigranrio, em 2004", em programação para o Pró Saúde e discutido em encontros de saúde coletiva da Região do Grande Rio no Estado do Rio de Janeiro.



1 - Trata-se de uma aprendizagem na área da saúde, integrando as atividades de graduação, extensão e pesquisa e também os profissionais e alunos das diferentes profissões de saúde.

2 - Foi proposto para ser uma disciplina para todos os cursos - Saúde nas Comunidades - desdobrada em todos os períodos dos cursos e com concentração em cada fazer em saúde (médico, enfermagem, fisioterapia, psicologia, farmácia, biologia, serviço social). A prática no Capivari acabou por integrar também geografia, pedagogia e direito, pois nas comunidades encontramos problemas de falta de conhecimento topográfico do território, falta de educação popular, pessoas sem registro civil, uniões conjugais sem o casamento civil, e integramos também voluntários locais para ensinar aos alunos a dinâmica dos "mutirões", importante na resolução de problemas comunitários.

3 - Nas três ou quatro primeiras aulas do 1º período empoderar o aluno em sala de aula sobre os seguintes temas:
* Organismos internacionais relacionados com a saúde: OMS e OPAS;
* Referenciais teóricos principais: Cartas Internacionais de Saúde, Campo da Saúde Lalondiano;
* Referenciais legais: Constituição Federal, Constituições Estaduais e Leis Orgânicas da Saúde dos Municípios (parte da divisão da Saúde) e Lei 8080 - SUS;
* Políticas e Programas Nacionais de Saúde do Brasil.

A seguir os alunos vão conhecer a realidade da comunidade - no 1º período o foco é conhecer os aspectos territoriais e comunitários:

a) - Topografia e relevo (importante no caso das enchentes);
b) - clima geral e micro-climas doentios;
c) - tipo de solos e vegetação;
d) - escoamento de águas pluviais e dejetos;
e) - tipos de ocupação dos terrenos (moradias, indústrias, comércios, escolas, templos, clubes, etc);

Treinar o aluno para o uso do "Diário de Campo", onde coletará as informações com detalhes e observações do seu jeito, com esforço de acurácia.
Ao retornar a sala de aula os alunos terão oficinas de construção do "Relatório Sistematizado de Vistoria", a partir das observações dos diários de campo. Este relatório será um dos instrumentos avaliativos dos alunos.

No 2º período, os alunos terão em suas primeiras aprendizagens teóricas em sala de aula:
a) - as fases principais do processo de educação em saúde (sensibilização, informação, motivação, experimentação e adoção do novo);
b) - aprender a confeccionar as "Matrizes de Problemas" e as "Planilhas com Estratégias de Soluções" , a partir do Relatório Sistematizado - sendo conveniente elencar três possibilidades:
I - soluções que se resolvem com a própria população;
II - soluções que necessitam de parcerias sociais;
III - soluções que precisam do poder público).

A partir daí retornarão ao encontro com a realidade que se quer transformar (comunidades):
a) - onde vão conhecer melhor os indivíduos, as famílias e a própria comunidade como hethos cultural (cultura da convivência);
b) - conhecer suas visões de mundo, seus valores, seus costumes, sua moralidade e comportamento e estilos de vida (se possível participar de algumas comemorações e festejos coletivos locais);
c) - conhecer os seus problemas auto-percebidos, os seus desejos prospectivos, etc.

Os alunos irão confrontar estes fatores comunitários com os dados do Relatório de Vistoria, fazendo reajustes, ou adendos, e concluindo um "Diagnóstico Situacional),

Na sequência discutir com as lideranças comunitárias locais (ou em assembleia), as estratégias de soluções e fazer uma "Análise Conjuntural", buscando o que se pode fazer em face dos prós e contras.
Aplicar questionários junto à população, para registrar como percebem a realidade local.

No 3º período, nas aulas iniciais, em sala:

a) - empoderar o aluno na construção de um "Projeto de Intervenção em Saúde" (fornecer uma sinopse de sua elaboração);
b) - dar consciência dos níveis de atenção e níveis de intervenções de cada profissional. Assim:
I - na atenção primária - intervenção profissional: promoção da saúde, proteção da saúde e prevenção específica de disfunções e doenças;
II - na atenção secundária - intervenção profissional: diagnóstico precoce, tratamento precoce e prevenção de agravos e sequelas;
III - na atenção terciária - intervenção profissional: recuperação funcional (posto que reabilitação é um processo multiprofissional) e assistência custodial;
c) - focar os principais temas aceitos internacionalmente como produtores de saúde e calibiótica:
I - Educação formal acessível;
II - saneamento básico existente e mantido (refere-se a abastecimento de água, drenagem de águas e esgotos, com bitolagens progressivas das tubulações, calçamento, asfaltamento, etc);
III - habitação adequada à dignidade da pessoa humana;
IV - renda suficiente para a sustentabilidade da vida;
V - trabalho dignificante;
VI - alimentação adequada;
VII - meio ambiente equilibrado (é bom que haja conscientização dos fatores antrópicos comprometedores do equilíbrio ambiental, que podem ser evitados);
VIII - bens e serviços essenciais acessíveis;
IX - espaços de convivência sociocultural disponíveis;
X - espaços para atividade física e lazer disponíveis;
XI - segurança civil;
XII - transporte para o ir e vir;
XIII - livre expressão filosófico-religiosa e ideológica, entre outros.

Cada área profissional cuidará do seu foco profissional (dentro de um fazer integrado, cada profissão tem o seu eixo de intervenção: focar nas doenças, cuidar da saúde bucal, cuidar da saúde cinética funcional, cuidar da saúde mental e assim por diante). Assim, este fazer desenvolverá a intervenção sob múltiplos olhares, sendo bastante difícil a trans-profissionalidade, mas viável até a inter-profissionalidade, quando é apresentada como "imperativo". Em nosso projeto conseguimos iniciar a experiência da "inter-consulta", mas o projeto foi interrompido, (por motivos de força maior).

A seguir voltar à comunidade para envolver-se nas tarefas de transformar a realidade que compete ao seu foco profissional, de modo integrado e colaborativo com os outros profissionais

No 4º e 5º períodos se dará continuidade ao desenvolvimento do projeto de intervenção na saúde da comunidade, com frequentes encontros de empoderamento dos membros da comunidade, e oficinas para os alunos discutirem as demandas encontradas e receberem supervisão dos profissionais mais experientes.

Serão aplicados questionários junto à população, como instrumento de controle do impacto do trabalho na comunidade, permitindo confrontar com os registros dos primeiros questionários.

Os resultados obtidos a partir dos dados dos questionários e as observações técnicas, permitem fazer apresentações acadêmicas e publicar trabalhos científicos (podendo ser um dos instrumentos avaliativos dos alunos), inclusive desenvolver projetos de pesquisas sobre o contexto local, pari passu com o andamento da assistência à comunidade.

No 6º, 7º e 8º períodos os alunos se envolvem nos estágios obrigatórios, conforme os dispositivos legais, podendo em certos casos dar continuidade às ações de saúde na comunidade, o que se consegue usando o Instrumento da OMS/OPAS: Reabilitação Baseada na Comunidade-RBC (este permite inclusive buscar parcerias de empresas dentro dos interesses de Responsabilidade Social)


Prof. Felismar Manoel
Capivari - setembro de 2013


domingo, 15 de setembro de 2013

Implantação de Projetos Comunitários


Educação para a Vida

Prof. Dr. Felismar Manoel (1)



Tem havido pedidos de alunos, para que eu publique as políticas, métodos e técnicas que o Catolicismo Evangélico Salomonita usa, para implantação dos programas pastorais de "promoção humana e educação para a vida" junto às diferentes comunidades sociais, onde atuam nossas missões, capelas e paróquias. Esta publicação atende a essas solicitações.

1 - Atenção Básica às Comunidades do Povo de Deus.

Na atenção básica às comunidades promovida pela ICAI-TS, o alvo principal é a promoção humana inspirada no Evangelho Libertário de Jesus Cristo, que alforria o Ser Humano, não só subjetivamente do pecado, na sua vida pessoal, mas também na vida social, familiar e dos grupos que partilham experiências na sua caminhada no planeta terra. Por isso há uma preocupação em educar para a vida.
Vida aqui é tomada nos seus dois sentidos eruditos: o bios (biologia) enquanto “processos vitais orgânicos, e também o zoês (zoesia), enquanto vida objetiva existente em Deus, o Vivente Universal, vida subjetiva dos humanos, partilhada pela comunhão com o Vivente Universal e plenificada pela vivência das ordenanças evangélicas, viés revelado por Jesus Cristo.
Neste contexto, vida é sinônimo de saúde e deve ser vista enquanto processos, cujas fases podem ser operacionalizadas pelo ser humano de modo consciente, como sujeito do processo e como ator no cenário onde vive e compartilha experiências.
O modo principal de operar essas mudanças na vida do ser humano é através da Educação para a Vida. Por isso temos em todas as comunidades os Centros de Instrução pró Vida – CIVIDA. Aqui a educação é percebida enquanto processo, através de fases.

Assim a educação deve acontecer mínimamente seguindo as fases seguintes:
SENSIBILIZAÇÃO <===> INFORMAÇÃO;
INFORMAÇÃO <===> MOTIVAÇÃO;
MOTIVAÇÃO <===> EXPERIMENTAÇÃO;
EXPERIMENTAÇÃO <===> ADOÇÃO DO NOVO.

Na realidade, só terá acontecido a educação, quando houver a adoção do comportamento novo.
Só haverá a construção do sujeito, quando houver a sua conscientização e a assunção do seu papel no processo, quando então o sujeito se tornará ator no cenário da sua comunidade, agente capaz de transformar a realidade na construção de um mundo melhor.

I - Caminhos a Seguir:

1 – Vistoriar a região da comunidade para se conhecer a realidade local (quando houver tempo e recursos, aconselha-se usar o método etnográfico participativo). Normalmente utiliza-se o “diário de campo” (um caderno) para anotar tudo que for significativo, ou relevante, quando se "passeia" pela comunidade, anotando tudo de significativo que percebe, tanto os de aspectos positivos, quanto os de aspectos negativos;

2 – A partir dos diários de campo, se reúnem e elaboram um Relatório de Vistoria Sistematizado - RVS, (sistematizar é por ordem sistemática nos dados registrados) para fornecer subsídios à identificação dos problemas;

3 – Análise do RVS, identificação dos problemas e construção de uma MATRIZ DE PROBLEMAS - MdP. (Deve-se analisar os dados do RVS, identificando os problemas que podem ser resolvidos e anotando-os em separado em uma folha de papel, que constitui a Matriz dos Problemas)
4 – A partir da MdP elabora-se um DIAGNÓSTICO SITUACIONAL- DS. (A partir dessa MdP é que vai se pensar, raciocinar e encontrar o Diagnóstico da Situação Local).

5 - Segue-se uma análise conjuntural participativa para escolha de prioridades. (É sempre conveniente a participação dos membros das comunidades, que possam fornecer subsídios dos pontos complicadores existentes nas comunidades, principalmente daqueles que representam os CONTRA-VALORES e que podem oferecer riscos para os agentes de pastorais e para os membros das comunidades que se envolvem). (A análise da conjuntura é extremamente importante, e nela deve participar as pessoas amadurecidas, lúcidas e responsáveis das próprias comunidades, além de técnicos, pois ela visa evitar complicações, interdições, conflitos; quando existem atividades marginais, caciquismo ideológico, político, ou até mesmo religioso, tém-se que ter cuidados nas comunidades. Na análise conjuntural deve-se atentar também para esses aspectos).

6 – Com base na análise conjuntural constrói-se a MATRIZ DE ESTRATÉGIAS DE AÇÃO - MEA. (A matriz de estratégias de ação MEA, é a relação das ações possíveis para resolver os problemas existentes, anotadas em folha de papel, que será uma peça importante do trabalho comunitário).

7 – A partir das MEA elabora-se os Projetos de Intervenções para implementação das ações transformadoras das realidades passíveis de mudanças. É a partir da Matriz de Estratégias de Ação, que o grupo de Agentes Pastorais irão construir os Projetos de Intervenção para solucionar os problemas. (Poderá surgir a necessidade de pesquisas também, tanto no sentido fenomenológico (avaliar o que é percebido pelas pessoas), quanto no cartesiano (coletar dados quantitativos), visando esclarecer pontos obscuros antes de iniciar as intervenções).

8 – Na Implementação das ações deve-se fazer o acompanhamento, através de avaliação do controle do processo em andamento e avaliar também o impacto das ações interventoras na comunidade. (Aqui deve-se ter cuidado em adotar um mecanismo para fazer o controle do processe de intervenção - Relatórios de Vistoria Técnica, Memoranda, Questionários, etc. Também deve fazer o controle do impacto das intervenções junto à Comunidade, aplicando Questionários Comunitários antes de iniciar e após a implantação dos projetos).

II - Alguns Fatores Existentes, já conhecidos de Saúde e Qualidade de Vida nas Comunidades (recomendados por Instituições Internacionais e Públicas), que servem de focos de nossas observações:

1) - Educação formal acessível; 2) - saneamento básico existente e mantido (refere-se a drenagem de águas e esgotos com bitolagens progressivas das tubulações, calçamento, asfaltamento, etc); 3) - habitação adequada à dignidade da pessoa humana; 4) - renda suficiente para a sustentabilidade da vida; 5) - trabalho dignificante; 6) - alimentação adequada; 7) - meio ambiente equilibrado (É bom que haja conscientização dos fatores antrópicos comprometedores do equilíbrio ambiental, que podem ser evitados); 8) - bens e serviços essenciais acessíveis; 9) - espaços de convivência sociocultural disponíveis; 10) - espaços para atividade física e lazer disponíveis; 11) - segurança civil; 12) - transporte para o ir e vir; 13) - livre expressão filosófico-religiosa e ideológica, entre outros.

III - Bases para Implantação das Linhas Pastorais. O ser humano é uma entidade complexa, devendo ser respeitada essa complexidade, quando do nossos projetos de intervenções:

1 – Qualquer linha de intervenção deve considerar o ser humano em sua totalidade, em sua integralidade. É muito difícil uma abordagem verdadeiramente holística, no sentido grego do termo, mas é possível desejar aproximar o mais que for possível desta totalidade, para o que adotamos o termo pró holística;

2 – Ao implementar as ações busque envolvimento sinérgico de outras forças vivas da comunidade ou do Município;

3 – É necessário o envolvimento e a participação da comunidade, por isso é recomendado adotar os encontros de discussões com seus membros para o necessário empoderamento, visando torná-los sujeitos do processo de transformação da realidade local, verdadeiros atores daquele cenário onde vivem – pode-se aproveitar as datas comemorativas, os eventos sociais, etc;

4 – Outro ponto importante é a participação social, através de parcerias, de preferência, da região onde as ações se desenvolvem;

5 – Na distribuição dos benefícios das ações têm-se que ser equitativos, não podendo privilegiar apenas os que são simpatizantes ou adeptos do seu credo religioso, filosófico, ou político;

6 – Para a implementação das ações é conveniente, diria mesmo essencial, que haja múltiplos envolvimentos estratégicos, para que tais ações se consolidem, não como modismo, mas como ação transformadora da realidade;

7 – Para que não seja modismo, é necessário que as ações implementadas sejam sustentadas ao longo do tempo, para que possam envolver as bases do imaginário das pessoas da comunidade, desde as crianças, adolescentes e adultos.

IV - Roteiro para os Projetos ou Programas de Intervenção nas Comunidades:

É interessante notar que qualquer projeto ou programa de intervenção, tem necessariamente que envolver o processo educacional, embora permeie outros eixos de pertinência.
Falamos tanto da educação formal, quanto da educação informal. Para isso adotamos um Roteiro para a Montagem dos Projetos ou Programas de Intervenções.
Este Projeto ou Programa de Intervenção é perpassado por diferentes Eixos de Pertinências, conforme as áreas da realidade que se quer transformar:

1 – Área de Intervenção - (focar os problemas que se quer resolver, aclarando os diferentes eixos de pertinência que serão considerados: saúde, trabalho, educação, moradia, segurança, transporte, etc);
2 – Beneficiários ou Público Alvo que se quer atingir, considerando cada eixo de pertinência;
3 – Objetivos Gerais – Poderá ser aclarado por eixos de pertinência, ou genericamente.
Objetivos Específicos – O ideal é que os objetivos Específicos sejam aclarados por cada eixo de pertinência;
4 – Justificativas – (referir-se à importância das intervenções, ações, ou projetos, com relação aos problemas identificados em cada eixo de pertinência);
5 – Programação das atividades – (apresentar a programação das atividades a serem implantadas, por eixos de pertinência, preferentemente mediante cronograma das ações, mesmo que tenha flexibilidade para adaptações e mudanças);
6 – Descrição das Metodologias de Ações – (os métodos de ação devem ser apresentados por cada eixo de pertinência);
7 – Órgãos participantes – (aqui são aclarados os parceiros que estão comprometidos ou envolvidos em nossa empreitada pastoral, podendo ser por eixos de pertinência);
8 – Programação Orçamentária – (a programação orçamentária deve ser efetuada minuciosamente, mesmo que com recursos da própria ICAI-TS, pois o orçamento facilita o controle dos custos, a prestação de contas e favorece a análise de parceiros sociais. Para nós na ICAI-TS, quase sempre montamos os nossos projetos com a boa vontade de servir, COM A CARA E A CORAGEM, como se diz popularmente);
9 – Administração do Projeto ou Programa de Intervenção – (indicar quem gerenciará a execução e desenvolvimento do projeto ou programa, por eixos de pertinência);
10 – Metodologias de Acompanhamento dos Projetos e Programas – (é necessário avaliar a execução das diferentes etapas das execuções de projetos e programas, por isso se define a metodologia para avaliar o controle do processo de desenvolvimento, bem como para avaliar o impacto que a implantação dos projetos ou programas produzem nas comunidades, isto poderá ser feito por cada eixo de pertinência).

Observação – Aqui, quando se fala em Programas, está se referindo ao aspecto de empreitada pastoral guarda-chuva, que abriga diferentes projetos e ações, geralmente de longa duração.
Quando se fala em projetos, são empreitadas mais focais, tanto de pesquisas prévias, quanto de intervenção direta para transformação de alguma realidade local, com menor tempo de duração e geralmente abrigados em um programa maior.

Referenciais Norteadores :

Cartas Internacionais de Saúde e Modelos para Implantação de programas e Projetos Comunitários seguindo as influências da Fundação Getúlio Vargas..

Felismar Manoel – Implantação de Linhas Pastorais transformadoras da realidade para a construção de um mundo melhor – Capivari (Vila Coqueirinho), Duque de Caxias, abril de 1994.

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(1) - Professor Mestre Adjunto I da UNIGRANRIO; Doutor em Filosofia da Religião - SETESA/Não Capes; Mestre em Ciências da Motricidade Humana - UCB/Capes; Formação em Psicanálise Clínica - SFPC; Formação em Psicomotricidade Sistêmica - CEC; Formador-Didata em Terapia Psicomotora Analítico Clínica - TEPAC do CEBRASC; Especialista em Docência Superior - IBMR; Bacharel em Fisioterapia - IBMR; Bacharel em Filosofia - SETESA; Bacharel em Teologia - SETESA; Bispo Primaz do Catolicismo Evangélico Salomonita - ICAI-TS.