1
Dados Pessoais
Nome:
Felismar Manoel, sexo masculino, estado civil solteiro.
Endereço:
Estrada das Amendoeiras, 248 (Capivari) Chácaras
Rio
Petrópolis, Duque de Caxias, RJ
CEP
25.243-420
felismarmanoel@gmail.com
Caixa
Postal, 76080 Duque de Caxias
CEP
25.070-971
2
Titulação Acadêmica
Doutorado:
Ciências da Religião, Área de Concentração: Filosofia da
Religião,
Tese: A Sedução e a Razão como Subsídios para a
Fé de
Abraão Prof. Orientador: Pe. Dr. Francisco Alves
Correia,
Seminário Teológico Santo André- SETESA RJ
Mestrado:
Ciência da Motricidade Humana, Dissertação: A Questão
Relacional
em Terapia Física sob o Enfoque da Ecologia
do
Desenvolvimento Humano Prof. Orientador: Prof.
Dr. Marco
Antonio Guimarães da Silva, Universidade
Castelo
Branco - UCB RJ
Lato
Sensu: Especialização em Docência Superior, Instituto Brasileiro
de Medicina
de Reabilitação - IBMR RJ
Especialização:
Formação em Psicanálise Clínica com Supervisão
Didática,
Sociedade Fluminense de Psicanálise Clínica, RJ
Especialização:
Formação em Psicomotricidade Sistêmica com
Supervisão
Didática, Centro de Estudos da Criança -
CEC RJ
Bacharelado
em Fisioterapia: Instituto Brasileiro de Medicina de
Reabilitação
- IBMR, RJ
Bacharelado
em Filosofia: Seminário Teológico Santo André -
SETESA RJ
Bacharelado
em Teologia: Seminário Teológico Santo André
SETESA, RJ
Ordens
Sacras: Episcopado em 30/11/1975 das mãos de Dom Manoel
Ceia
Laranjeira;
Presbiterado
em 28/10/1965 das mãos de Dom Benedito
Pereira
Lima;
Diaconado
em 24/08/1965 das mãos de Dom Manoel Ceia
Laranjeira.
Sociedades
e Associações: Membro das: Sociedade Brasileira de
Bioética;
Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia;
Sociedade
Brasileira de Psicomotricidade; Sociedade
Brasileira
de Neurociências e Cognição; Sociedade
Fluminense
de Psicanálise Clínica.
3
Minhas Origens Étnicas
Sou
Felismar Manoel, nascido em 18 de abril de 1939, em uma fazenda
(Fazenda dos Gregórios) na localidade de Cruzeiro, no Município de
Guiricema, (Zona da Mata) no Estado de Minas gerais.
Trata-se
de uma região povoada predominantemente pelo povo puri, já na
terceira geração de nativos em contato com os colonizadores e
bastante miscigenados. Do lado materno tenho um bisavô africano
conhecido como "Tongo Mina", casado como minha bisavó
índia, conhecida como "Indira Puri"; tenho portanto uma
avó "cafuza", de nome Maria Graciana, que casou com meu
avô, um português chamado Joaquim Soares de Souza Lima, de Coimbra.
Desse
casamento nasceu minha mãe Maria Soares (e mais três irmãs e um
irmão), que viúva com quatro filhos do primeiro casamento (Onesta,
Omiro, Nair e Carlita), casou com Felício Manoel Julinho, também
viúvo, com cinco filhos do primeiro casamento (Maria, Luzia, José,
Alverina e Alcenira). Felício Manoel Julinho é um nome
abrasileirado nos cartórios do Brasil, filho de uma família
italiana, sendo seu pai Giovani Emanuel Giulini, nome abrasileirado
como João Manoel Julinho nos cartórios do Brasil, de Calábria, e
mãe Maria Barbieri, de Gênova.
A
nova família resultante do casamento dos dois viúvos, resultou em
uma nova família com mais seis filhos, pela ordem: Messias, Joaquim,
João, Edes, Felismar e Sudário, sendo agregados mais quatro irmãos
por razões de solidariedade social (não me lembro dos seus nomes em
razão de ser eu muito criança quando convivi com eles). Assim,
esta família agora enriquecida com os filhos dos casamentos
anteriores, o casamento dos dois viúvos, mais os agregados, formava
uma comunidade de dezenove irmãos, morando na mesma fazenda durante
um certo tempo.
4
Experiências da Infância
Minha
infância foi muito bem vivida para os padrões cognitivos da vida
rural, embora eu tenha vivenciado alguns problemas, que de certa
maneira interferiram em meu desenvolvimento e aprendizados:
*
Na fase do engatinhamento pelos amplos cômodos da fazenda,
descuidaram de mim e eu me dirigi para a escadaria de acesso a sala
de visitas da fazenda, rolando escada abaixo até o jardim de
entrada, em uma altura de cerca de dez metros, com perda de sentido
por algumas horas e vômitos de sangue, causando muita preocupação,
sensação de culpa pela mãe, sendo tratado pela medicina
homeopática dos "tratadores puri" e feito promessa para
"Nossa Senhora", um costume popular local;
*
Na infância e até os doze anos, fui portador de um acentuado
estrabismo divergente do olho esquerdo, sem nenhum treinamento ou
tratamento até os 12 anos, razão que me levou a não ter visão
útil nesse olho, ficando portanto com visão monocular e em
consequência, percepção do mundo de modo plano, como em desenho,
sem visão estereoscópica, sem formar a consciência da
tridimensionalidade do mundo material concreto;
*
Esse fato acima me levou a ter dificuldade de aprendizagem nas
classes iniciais, sendo detectado pela professora nas aulas de
desenho, levando-a a me proporcionar o aprendizado e internalização
dos conceitos das formas e detalhes através do tato manual. Esta
atividade psicomotora possibilitou-me um salto no meu desenvolvimento
intelectual, o que me levou a ser aluno com excelentes resultados no
aprendizado a partir daí, apesar da deficiência visual;
* Tive uma infância rica de estímulos, experiências e brincadeiras, principalmente junto à natureza: andar, correr, subir em árvores, escalar ribanceiras, pular de ribanceiras com guarda-chuva aberto, dar saltos com apoio e projeção em bambu, nadar, tomar banhos nos rios e nas cachoeiras, visitar as minas (olhos d'água, córregos, lagoas, pedreiras, cavernas, etc), os penhascos, as montanhas, as florestas, conhecer os pássaros e bichos. Tudo isso me oportunizou uma estreita convivência com os nativos e aprender o modo puri de explicar a vida, sendo que essa cultura puri influenciou na formação do meu caráter e principalmente a minha identificação com os valores do povo nativo. Foi assim, que na minha adolescência construí a minha identidade cultural, adotando também o apelido indígena "Nhãmanrúri Schuteh" (Córrego tranquilo, córrego bonito). Fui treinado na cultura indígena, em técnicas de expansão da consciência e desdobramento mental psico-anímico, participando de muitas experiências junto à natureza.
5
Estudos Fundamentais
Estudei
o curso fundamental comum (1º, 2º e 3º ano ) na escola primária
da região rural, sendo que um certo tempo as aulas aconteceram na
própria fazenda (a professora, Maria da Glória Lessa, por questões
políticas, perdeu o prédio onde morava e dava aulas, tendo que
ancorar-se na fazenda de meu pai).
Quando
terminei o 3º ano primário, o meu pai teve que abandonar o prédio
da fazenda, pois seus genros herdeiros exigiram que ele a abandonasse
para o prédio ser demolido e vendido o seu madeiramento; sendo
assim, fomos morar em uma casa velha no terreno de um dos seus genros
herdeiros, em troca de um antigo relógio de parede e de uma máquina
(singer) de costura, de pedal, (quando meu pai enviuvou, ele fez o
testamento e partilha dos seus bens e propriedades e não o modificou
após o novo casamento, assim, os filhos do segundo casamento não
partilharam da herança).
Por
essa ocasião, de extrema pobreza, fui estudar o 4º ano primário no
Grupo Escolar Coronel Luiz Coutinho, da Cidade de Guiricema, tendo
que caminhar à pé, sete quilômetros de ida e volta todos os dias
de aulas. Me formei nessa modalidade em 1953 e comecei a estudar
latim, grego e artigos de religião com os padres franciscanos, na
Comunidade Franciscana da Matriz da cidade de Guiricema e na Capela
do Cruzeiro, região onde morava. Tornei-me muito devotado e zeloso
com as práticas das virtudes cristãs, inclusive tornando-me líder
na comunidade católica da localidade.
Nessa
época comecei a me dar conta das desigualdades sociais e econômicas,
inclusive as diferenças de oportunidades para as pessoas,
desenvolvendo em mim um desejo de encontrar meios de resolver esse
problema, formando uma convivência mais igualitária e fraterna.
6
Atividades Pastorais
Um
episódio importante aconteceu na minha vida devocional nessa época:
Fazia um trabalho de visitas as casas das famílias nos meses de
maio, com a imagem da Virgem Maria e em dezembro e janeiro, com a
imagem do Menino Jesus. Arrumávamos presépios nas residências e
nas capelas, assim, consegui comprar uma imagem do Menino Jesus para
colocar no meu presépio e levei-a para o Frei Cornélio benzê-la;
quando ele a devolveu-me após a sua benção, ela caiu no chão e
virou vários pedacinhos; ele ficou muito triste com o ocorrido e
para compensar-me, deu-me uma Bíblia de presente, já que não tinha
outra imagem do Menino Jesus.
Ao
ganhar a Bíblia a minha primeira curiosidade foi encontrar os
livros que continham os ensinamentos de Jesus, e assim, comecei a
estudar os quatro evangelhos e fui buscar também onde se encontrava
os Dez Mandamentos da Lei de Deus; tive uma reação preocupante,
inquietante, questionadora: porque a igreja católica romana ensinava
cultuar as imagens, se o segundo mandamento claramente proíbe esse
culto? Fui falar com o Frei Cornélio, falei também com o Frei Lino
e com o Frei Metódio de Haas; esse último me demonstrou sinceridade
nas argumentações e preocupação pastoral com meu estado de
inquietude e começou a dialogar comigo, apresentando-me a história
de São Francisco, seu esforço de reformar a igreja dos desvios que
às vezes ocorrem, mas do ideal de reformar a partir de dentro;
convenci-me que queria ser franciscano e como já era adulto,
pensou-se no "Seminário para as Vocações Tardias".
Afoitamente, renunciei aos bens familiares e me decidir seguir o
ideal franciscano, tal como Francisco de Assis o fizera (não tinha
ainda consciência que não era herdeiro de nada).
7
Experiência Franciscana
Ao
ser eu avaliado para o seminário, constatou em mim uma dificuldade;
pois eu não tinha a visão do olho esquerdo, que na época era
considerada a "visão canônica"; assim, eu só poderia ser
um Frade Leigo, como o fora Francisco. Continuei me preparando com
os frades nas comunidades, passando por Visconde do Rio Branco,
Santos Dumont e Belo Horizonte, até quando consegui ser aceito no
Convento Santo Antônio, em Divinópolis, MG. Infelizmente ao lá
chegar e ter um pouco de vida conventual, perceberam que eu tinha
queixas de saúde (verminose", resultante das condições
ambientais da vida rural, que foi confundido com doença de
fígado), sendo eu descartado, tendo que voltar para casa.
8
Professor de Escola Primária
Não
desisti de ser um religioso, apesar de ter sido descartado pelas
questões de saúde; continuei me preparando com os padres e em todas
as oportunidades que apareciam. Fui dar aulas, montando a Escola
Nossa Senhora de Lourdes, uma escola missionária, na comunidade da
região, que funcionou com excelentes resultados por algum tempo,
sendo eu então nomeado pela Prefeitura de Guiricema para ser
professor da Escola Felício da Silva, em uma fazenda, ao pé da
Serra de Tuiuitinga (uma região com forte domínio da cultura
indígena puri), onde lecionei por algum tempo, o curso fundamental
comum. Infelizmente as dificuldades econômicas, a falta de meios de
subsistência de toda a família, fez com que tivéssemos que nos
deslocar para o Rio de Janeiro, para a casa de parentes, a fim de
buscar novas alternativas de sobrevivência.
9
Experiência no Operariado
No
Estado do Rio de Janeiro, ficamos um pouco em Heliópolis (Xavante),
em Belford Roxo, Município de Nova Iguaçu, RJ (na época), onde
pude treinar datilografia, para facilitar no emprego, conseguindo me
registrar como Professor de Datilografia, mas sem sucesso estável
para apoiar a família do ponto de vista econômico. Fomos então
para o Km 42 da Estrada Rio São Paulo (antiga), em Seropédica,
estreitando laços com a Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, principalmente com a "Fazenda Patioba", onde havia
um internato feminino de Formação Pedagógica, na qual fui ajudar o
Padre Capelão.
Por
essa época, tive a oportunidade de viajar nos trens elétricos da
Central do Brasil, tanto nos ramais de Campo Grande, como no de Nova
Iguaçu, isto no horário de grande fluxo de passageiros,
transportando o operariado carioca; perceber como vive um operário
assalariado, suas dificuldades, suas lutas, e principalmente sem
perder o humor e a alegria, mudou a minha perspectiva de vida,
fazendo eu desistir da formação pedagógica e ir "buscar a
experiência de ser um operário", o que consegui com a ajuda de
uma religiosa vicentina, a Irmã Maria Luiza, indo trabalhar no
Hospital Nossa Senhora da Saúde (Santa Casa de Misericórdia do Rio
de Janeiro), na Gambôa, Rio de Janeiro, a partir de julho de 1960.
Minha
estada como servidor no Hospital da Gambôa, como era chamado
popularmente, foi muito enriquecedora: as equipes de servidores,
junto ao corpo clínico e as irmãs, vivíamos como se fôssemos uma
família; comecei como servente, desenvolvendo interesse e dedicação
tornei-me atendente dos ambulatórios por um certo tempo, passando a
técnico (prático) de exames de metabolismo basal, eletrocardiograma
e em arquivos e estatísticas nosológicas.
Por
questões de desentendimento com a irmã superiora do hospital, após
sete anos de serviço no local, fui transferido para a Sede da Santa
Casa, indo trabalhar no Departamento de Engenharia, na Secretaria
Geral da Santa Casa de Misericórdia, no Centro do Rio de Janeiro.
Foi muito rica a minha estadia na Secretaria Geral, pois tive
oportunidade de ser treinado em diversas modalidades de serviços:
além de servir no setor de engenharia, servi também no Departamento
do Contencioso, no Departamento de Pessoal, na Administração do
Cemitério São João Batista, em média por três anos, mais ou
menos em cada setor, indo depois servir no Laboratório Industrial
Farmacêutico, setor onde permaneci por mais de quinze anos, pois
oportunizou-me desenvolver várias atividades, indo da administração,
cálculos de custos, controle de qualidade (controles de esterilidade
e pirogênio de produtos injetáveis), controle mercadológico e
análise econômica. Neste setor pude aplicar meus conhecimentos de
biotecnologia adquiridos em vários cursos avulsos que fazia. Fui
Assistente Administrativo da Chefia Técnica até minha
aposentadoria, creio em 1991.
10
Nova Visão do Cristianismo
Vinha
procurando uma Igreja Cristã, que por fidelidade ao ensinamento de
Cristo, desenvolvesse uma pastoral solidária a essa gente desde
1959, logo após a minha chegada ao Rio de Janeiro; convenci-me que
não devia ser missionário lá na Africa, ou na Amazônia, como
foram meus sonhos iniciais, mas que era necessário eu revisar minha
formação teológico-pastoral, para tornar-me um missionário para
as realidades urbanas; confesso que inicialmente, foi muito difícil
para mim, pois não consegui sufocar "o índio" que
continuo sendo, pelo modo de inserção no mundo de Deus, do qual me
considero parte, em igualdade de condições com as outras criaturas
de Deus, fazendo parte da natureza todos nós.
Visitei
várias Igrejas Protestantes, Evangélicas, Ordens Místicas,
Terreiros, Centros Espíritas, todos os gêneros de religiões que eu
encontrava no Rio de Janeiro; em 1957 eu tivera contato, através da
Província Franciscana Santa Cruz, da Holanda, com expressiva
documentação da Igreja Católica Livre no Brasil, principalmente os
escritos de Dom Salomão Ferraz e de Dom Manoel Ceia Laranjeira, e
agora estando no Rio de Janeiro, me dispus a procurá-los, o que
consegui, através do Escritório Pastoral de Dom Manoel, instalado
na Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro.
Em
1959/1960, tive o privilégio de participar dos trabalhos das
comunidades do Rio de Janeiro, na Diocese São José. Dom Manoel
desenvolvia trabalhos com Escritório Episcopal, no Centro do Rio de
Janeiro; residência no Bairro de Fátima, com encontros e
palestras; e com residência, capela episcopal e o Seminário
Teológico Santo André - SETESA, em Bangu. Tive a oportunidade de
receber respostas às minhas inquietudes lá do passado, de quando
tive contato com a Bíblia pelas primeiras vezes; Dom Salomão Ferraz
era um expositor caridoso, um pastor solene, enquanto Dom Manoel era
um pai, cuidadoso com os filhos, repetidor da mesma lição quantas
vezes fosse necessário; com esses dois eu consolidei a minha
conversão verdadeira ao Cristo de Deus, foi através deles que eu
pude vivenciar a experiência pessoal com Deus e os irmãos, no amor
de Cristo, de modo consciente e pleno.
11
Reformulação Filosófico-Teológica
Refiz
a minha formação filosófico-teológica, fazendo os bacharelados de
filosofia e de teologia no SETESA, onde tive uma outra forma de
estudar, muito mais ativa, participativa, vivenciada; não havia o
"culto da cátedra", o que havia era o caminho da procura
de soluções e a celebração quando se encontrava as respostas;
não havia a aula magistral, mas o grupo de procura de respostas para
os questionamentos, os professores tutores que auxiliavam apontando
fontes, ajudando nos termos e temas difíceis e os preceptores nas
comunidades, nos auxiliando na prática do que foi aprendido. No
curso de filosofia a maior área de concentração foi em
comportamento humano, notadamente em psicologia e antropologia, pois
era a área de meu maior interesse.
Durante
o curso de filosofia me dei conta que eu devia definir meus estado de
vida, se celibatário, ou casado, já que o catolicismo salomonita
permite as duas opções e eu não tivera experiências sexuais
anteriores.
Comecei
a namorar, conhecer as mulheres, frequentar lugares que facilitavam
os encontros românticos. De comum acordo com as parceiras, por três
vezes, tentamos experiências de vida íntima para ver se dava certo,
para testar a minha adequação à formação de um lar: fui muito
bem nos aspectos sexuais da relação, mas um desastre na quesito de
sustentação afetiva de uma família, pois eu só lembrava que tinha
uma responsabilidade a cumprir no lar, quando terminava de resolver
os problemas de ajuda e solidariedade sociais que eu encontrava na
rua e nas comunidades. Decidi que eu não era educado adequadamente
para o lar, não estando disposto a mudar de comportamento e resolvi
assumir a vida de solteiro dedicada ao bem comum, já que não tinha
nenhuma inquietação de ordem sexual ou afetiva, podendo levar uma
vida cristã virtuosa sem ser puritano, nem promíscuo.
12
Pesquisas Antropológicas
Eu
fui um aluno empolgado, e aproveitando meu treinamento antropológico,
durante o período que fazia a formação e ao mesmo tempo trabalhava
na Santa Casa de Misericórdia para ganhar o meu sustento, como um
operário comum, eu desenvolvi várias pesquisas de campo, com o
apoio de meu bispo Dom Manoel, para dar subsídios às implantações
de trabalhos da pastoral urbana, geralmente nas questões das
minorias, excluídos e discriminados:
a)
Desenvolvi pesquisas com os moradores de ruas do centro do Rio de
Janeiro;
b)
Pesquisas com prostitutas, homossexuais menores e michês nas áreas
da Central do Brasil e nos seus ramais de Campo Grande e Nova Iguaçu,
na Praça Tiradentes e Cinelândia no Rio de Janeiro;
c)
Pesquisas com as religiões de bases populares, como umbanda,
candomblé, espiritismo, esoterismo, neo-pentecostalismo e outros,
buscando conhecer principalmente o senso de apoio comunitário entre
eles, bem como analisar os fenômenos psico-anímicos existentes
nessas comunidades e sua utilidade prática para os grupos
religiosos.
Todas
essas pesquisas foram bastante difíceis, pois todas foram pesquisas
de modo participante, convivendo com a realidade pesquisada; talvez o
mais difícil tenha sido a experiência de ser "morador de rua",
cujo planejamento era vivenciar por quinze dias, mas que tive que
reduzir apenas para uma semana. Estas pesquisas sempre antecediam as
criações de Ações Pastorais por parte do Catolicismo Salomonita
sob o pastorado de Dom Manoel Ceia Laranjeira.
13
Cursos Parciais Avulsos
Sempre
que surgia oportunidades nessa época, eu fazia pequenos cursos,
buscando me instrumentalizar mais, seja em línguas, como esperanto,
espanhol, italiano e em técnicas na área da saúde, como técnico
de laboratório, oficial de farmácia, biotecnologia, ou coisas
parecidas.
14
Frustação com o Ecumenismo de Roma
Durante
a minha formação no Bacharelado de Filosofia, Dom Salomão Ferraz
estreitou laços com a Igreja de Roma, acreditando no discurso
ecumênico do Papa João XXIII, sendo recebido na Igreja de Roma e
reconhecidas suas Ordens de diácono, presbítero e bispo; muitos do
clero tinham medo dessa aproximação com Roma e alguns, como eu, não
aderimos a tal união e continuamos juntos com Dom Manoel Ceia
Laranjeira, no puro ideário da Igreja Católica Livre, tal como foi
concebida no Concílio de 1936 em São Paulo.
15
Recepção das Sagradas Ordens
Em
1965 fui encaminhado à Congregação dos Missionários de Cristo
Sacerdote Eterno, para preceptoria e para receber as Ordens Sacras
do Diaconado (Dom Manoel Ceia Laranjeira foi o Bispo ordenante em
24/08/1965 na comemoração de São Bartolomeu apóstolo) e do
Presbiterado (Dom Benedito Pereira Lima foi o Bispo ordenante em
28/10/1965, na comemoração dos Santos Simeão e Judas Tadeu
apóstolos) . Também nessa congregação bateu a "febre"
da união com a Igreja de Roma; colocaram o meu "dossiê"
no pacote pró-Roma, sem meu consentimento (isto motivou um grande
descontentamento).
16
Restauração do Catolicismo Evangélico Salomonita
Em
1965 Dom Salomão Ferraz percebeu o equívoco que foi a sua adesão à
Igreja de Roma e nos orientou na reorganização plena do trabalho
nos moldes da inicial Igreja Livre. Reunimos em Concílio em
1965/1966, sob o Báculo de Dom Manoel Ceia Laranjeira, e foi
restaurado o trabalho anterior, mudando o nome para Igreja Católica
Apostólica Independente no Brasil - ICAIB, retomando o nosso
trabalho, como na fase pré-romana. Dom Salomão Ferraz continuou
dentro da Jurisdição Episcopal da Igreja Papal, como Superior da
Ordem de Santo André e nos dando orientação enquanto viveu.
17
Missões Itinerantes no Grande Rio
Nas
Missões itinerantes tive a oportunidade de estreitar relações com
várias Igrejas Evangélicas, sendo de notável experiência o
compartilhamento de ações pastorais com o Reverendo Pastor José de
Souza Herdi e sua esposa (Igreja Batista), casal que muito me
influenciou na busca do doutorado em teologia.
Participei
de várias missões itinerantes nas áreas de pobreza dentro da
Região do Grande Rio, plantando igrejas e experiências
comunitárias, com excelente êxito (no bairro Juscelino, no Jardim
das Palmeiras, em Moquetá, em Engenheiro Pedreira (Município de
Nova Iguaçu) e em Vila Rosali e São Mateus (Município de São João
de Meriti). Infelizmente a falta de formação teológica e pastoral
dos clérigos que assumiram para continuar com esses trabalhos,
faziam com que as comunidades não se consolidassem. (A dinâmica da
Igreja Católica Brasileira ordenando muitos padres sem formação
especial criava problemas para nossa Igreja, pois eles desistiam da
Igreja Brasileira e nos procurava, sendo admitidos por Dom Manoel por
questões de piedade e acolhimento pastoral; mas esses clérigos eram
resistentes a fazerem a formação pastoral complementar).
18
Doutoramento em Ciência da Religião
Em
1968 retomei os estudos no SETESA em busca do Doutorado em Ciências
da Religião, para fazer face aos ataques da Igreja de Roma contra
nós, com toda a sorte de injustiça e descaridade que se pode
imaginar; encontrei como meu Orientador o Pe. Prof. Dr. Francisco
Alves Correia - Titulado Doutor pela Universidade Gregoriana de Roma;
dediquei-me a Área de Concentração em Filosofia da Religião e
trabalhei com os autores da chamada "Morte de Deus"
defendendo a Tese de que a Verdadeira Fé se vale de Base Racional,
usando o exemplo de Abraão, que no primeiro momento foi motivado
pela sedução de ser pai, e somente no segundo momento, ele teve a
certeza, de que, quem solicitava o sacrifício de seus filho, era
poderoso o suficiente para providenciar uma solução satisfatória
ao seu dilema.
Em
1972 consegui concluir o meu Doutorado e enfrentei dificuldades para
isto; como meus estudos básicos não eram formais e sim por provas
do nível de suficiência na entrada do bacharelado de filosofia, os
membros do clero exigiram que eu fizesse prova novamente em um dos
seminários menores da ICAIB, o que me levou a prestar exames no
Seminário São Luiz Gonzaga, dos Padres Operários de Jesus, sob a
Superintendência Geral de Pe. Lapércio Eudes Moreira. Graças a
Deus foi fácil fazer tais exames, pois o nível era compatível com
o que eu tinha estudado antes.
Antes
de receber a Diplomação e Título de Doutor, tive que submeter o
conteúdo da minha tese aos pares do clero e à comunidade para ver
se alguma contradição idiodóxica
estava sendo sustentada no meu trabalho. Tudo estava conforme e então
eu recebi a Láurea de Livre-Docência no ambiente eclesial, das
mãos de Dom Manoel Ceia Laranjeira.
Estava
agora titulado e poderia enfrentar as intrigas do Clero Romano em pé
de igualdade, sendo bem verdade que, os ataques romanos diminuíram
com o reconhecimento das Ordens Episcopais de Dom Salomão pelo Papa
João XXIII.
19
Lidando com a Falta de Identidade Eclesial
Neste
período houve muita dispersão do clero de Ordens avulsas,
organizadas a partir da liberalidade ordenatória da Igreja
Brasileira, e que por vezes Dom Manoel recebia no seio da nossa
Igreja. Isto levou a presença da falta de uniformidade no seio da
ICAIB, cujas celebrações pareciam com as da Igreja de Roma. Dom
Lapércio, agora Bispo, liderava uma idéia contrária aos ideais
evangélicos do Catolicismo Livre e Independente iniciais que ele
tinha jurado seguir, iniciando um movimento em direção a uma
apostasia, se distanciando da profissão de fé e compromissos
assumidos, nunca usando o Ritual Brasiliense e adotando uma formação
superficial do clero; criou um ritual próprio para a missa, que
levava vinte minutos de celebração, embora muito teatral nas
rubricas.
20
No Cabido da Sé Patriarcal
Dom
Manoel Ceia Laranjeira organizou o Cabido da Sé Patriarcal e colou
"vínculo perpétuo" a dois Cônegos, sendo Raimundo
Olegário Portela Cônego Defensor da Sagrada Liturgia e eu, Felismar
Manoel, Cônego Guardião e Instrutor da Fé. Em várias situações
nesses tempos, nós do Cabido tínhamos que adotar estratégias de
infiltração nos ambientes para conhecer o que se tramava contra os
ideais do Catolicismo Alforriador, característico da Igreja
Católica Livre, que denominamos hoje de Catolicismo Salomonita.
21
Experiência como Reitor de Seminário
Por
razões pastorais tive que criar e ser o Reitor do Seminário
Teológico Regente Feijó, para dar formação complementar aos
elementos do clero que aceitasse fazê-la, tal a superficialidade da
formação que era adotada por alguns bispos; embora eu recebesse
total apoio do Patriarca Dom Manoel Ceia Laranjeira, eu sofria
boicote de grande parte dos próprios bispos da época. Fui o criador
e Reitor desse Seminário, por mais ou menos oito anos; para sua
manutenção eu criei a Academia Liberal de Hierologia; adotamos as
pedagogias ativas em contato com as realidades que se desejava
transformar; consideramos a população do entorno das comunidades
eclesiais como o Povo de Deus que Caminha, os "Caminhantes",
pois constata-se que todos desejavam um mundo melhor para si e para
os seus, o que a Igreja denomina de "Reino de Deus";
adotamos os Professores Tutores para dinamizar o aprender a buscar
soluções, do ponto de vista prático e acadêmico, e Preceptores
para assistir a execução prática das ações pastorais, à
semelhança do SETESA, Seminário Oficial da Igreja Livre; enquanto
os novos padres eram neófitos na jornada, adotamos os encontros de
Supervisão Pastoral de casos. Graças a Deus se conseguiu fidelidade
e seriedade de alguns e os levianos acabaram por se debandarem por
conta própria.
22
Repúblicas de Irmandade Social
Seguindo
a tendência agregadora da minha família, adotei acolher nas minhas
residências urbanas, os párias dispersos de suas famílias, que
vinham do interior do pais ou das periferias urbanas, formando
"repúblicas" de testemunho cristão e de cidadania; foram
experiências positivas, resultando na agregação de alguns como
"irmãos afetivos", (meio irmãos, meio filhos) por
solidariedade cristã e social, lembrando aqui de três nomes:
Genivaldo Ferreira da Silva, com quem ombreei trabalhos de alcance
social na zona da Leopoldina: Raildo dos Santos, que em vez de irmão
foi um verdadeiro filho, já falecido precocemente e Antonio Carlos
Azevedo, este último ainda partilhando o vínculo de irmandade
afetiva e social me apoiando nos trabalhos atuais da comunidade onde
moro.
23
Consagração Episcopal
Em
1975, Dom Manoel Ceia Laranjeira nomeou-me (in
pectore)
como Bispo Auxiliar do Patriarcado, tendo eu sofrido uma ligeira
pressão do clero em consequência de não constar em meu nome o
"Soares" de minha mãe; alegaram que eu era filho ilegítimo
por não usar o nome da mãe, tendo eu que fazer juntada de
documentos comprobatórios do casamento de meus pais; por fim
aceitaram e me aprovaram, sendo eu consagrado Bispo pelas mãos de
Dom Manoel Ceia Laranjeira aos 30 de novembro de 1975, na comemoração
de Santo André apóstolo.
24
Experiência na Clínica Pastoral
Em
consequência dos resultados das pesquisas de campo que foram
efetuadas, conseguimos montar na Lapa, na Rua Joaquim Silva, Rio de
Janeiro, um Gabinete de Clínica Pastoral, oferecendo às pessoas
apoio terapêutico e pastoral para restaurar as dignidades de suas
vidas. Todos os primeiros domingos de cada mês, tínhamos uma
Adelfotéia,
(encontros
de irmãos que crêem em Deus), onde todos estreitavam laços de
amizade, consolidava-se o clima de alteridade e terminávamos pela
celebração de um Ágape
Fraterno.
Nessa
época eu trabalhava na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro
(à Rua Santa Luzia), morava com minha mãe e um irmão no município
de Nova Iguaçu, e além da Pastoral Terapêutica comecei uma
inculturação com um grupo de espiritualistas que buscavam atributos
cristãos em sua ordem, cuja base se estabelecia na Rua das Marrecas.
25
Perseguição do Cardeal Eugênio Sales
Houve
um episódio inusitado com relação à minha Sagração Episcopal,
pois em virtude da "Revista da Santa Casa" ter noticiado a
minha ordenação episcopal, publicando as fotos, o Cardeal Romano do
Rio de Janeiro, Dom Eugênio de Araújo Sales, em represália,
obrigou a Santa Casa ou a me demitir do emprego (tinha mais de quinze
anos de emprego na firma), ou a cessar a publicação da revista; o
que levou a Santa Casa a transformar a Revista em "Boletim da
Santa Casa de Misericórdia" e eu permanecido no emprego, onde
fiquei até a minha aposentadoria. "É
o suave meio de sua Eminência, "cardine pró romanus imperius",
praticar a caridade cristã em nome do ecumenismo, que alardeiam ser
partidários".
26 Formação na área
da Saúde
Com
a morte de minha mãe, meu irmão foi morar próximo à sua filha em
Nova Iguaçu e eu fui morar no Rio de Janeiro, na Rua Sousa Bandeira,
no Bairro da Saúde. Em preparação para cursar área de saúde,
voltei às instituições de ensino do Rio de Janeiro, para lograr
certificação das escolas oficiais de primeiro e segundo grau, já
que minhas certificações anteriores eram por exames de
suficiências, sendo fácil em razão dos conhecimentos que já
possuía, tendo que buscar reforço em física, química e
matemática, mas logrando sucesso em meus exames no Colégio Bezerra
de Araújo.
Voltei
à universidade e fui cursar o Bacharelado de Fisioterapia no
Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação, onde cursei
também (parcialmente) o Bacharelado de Psicomotricidade, e onde fiz
a Especialização Lato Sensu na área pedagógica.
27
Professor Universitário
Assumi
como Professor Universitário nos Cursos de Fisioterapia e
Psicologia, na Faculdade de Ciências Médicas e Paramédicas
fluminense, localizadas em Nilópolis, Estado do Rio de Janeiro, onde
lecionei por quatorze anos, sendo também uma experiência
enriquecedora a convivência com alunos, professores e os diretores.
28
Lidando com a Apostasia Eclesial
Através
de manobras "palacianas" Dom Lapércio induziu-nos a todos,
inclusive a mim, alijando por exclusão o clero do nordeste
brasileiro (Diocese de Salvador, Bahia) e conseguiu colocar Dom
Manoel como Patriarca Emérito e assumiu o Patriarcado, montando toda
uma estrutura que facilitasse sua substituição através de eleição
por um clero estrangeiro, desconhecido da vida comunitária, clerical
e espiritual do Brasil.
Um
antigo elemento da casa de Dom Lapércio, dele se desligou e se
insinuou como clérigo "coitadinho", sendo abrigado por Dom
Manoel, dado o seu espírito paternal acolhedor; logo ele se apoderou
das chaves da Capela Patriarcal, da residência de Dom Manoel e dos
arquivos da ICAIB. Fui eu designado por Dom Lapércio para negociar
a saída de tal clérigo dos ambientes sagrados, sendo recebido pelo
mesmo com ameaças e um revólver nas mãos. Desisti de fazer pressão
e pedi que fosse comunicado o fato a polícia, Nessa época Dom
Manoel estava já com avançada demência senil (acelerada pela
tristeza de ter sido afastado como "Patriarca Emérito" e
pela morte de Dona Nair, sua esposa), recebendo apenas a minha visita
semanal como elemento do clero, pois ele não mais confiava nos
demais. Dom Manoel acabou falecendo e sendo sepultado no Cemitério
de Campo Grande, RJ, não tendo a sua família comunicado a sua morte
aos membros do clero.
Após
a morte de Dom Manoel, tal clérigo "invasor", atuante em
seus domínios, ateou fogo em todos os arquivos e mobiliário da
igreja e falsificou documentos vendendo o imóvel, que aliás era um
comodato cedido à igreja pelo Juiz, pois o imóvel estava em
inventário. Com esse incêndio perdemos todos os arquivos da Igreja,
incluindo nossos relatórios de pesquisas, teses e outros documentos.
29
Melhor Capacitação para a Docência Superior
Aposentei-me
da Santa Casa de Misericórdia e a partir de 1994 fui morar e
trabalhar em projeto comunitário em uma área carente, na localidade
de Capivari, Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Infelizmente os
proventos da aposentadoria foram diminuindo descompassadamente
diferente da correção dos salário dos trabalhadores, o que
forçou-me a voltar a trabalhar.
Em
busca de melhor qualificação voltei a universidade e cursei o
Mestrado em Motricidade Humana, trabalhando em minha Dissertação a
"Questão Relacional em Terapia Física" sob o enfoque da
Ecologia do Desenvolvimento Humano, sob a Orientação do Prof. Dr.
Marco Antônio Guimarães da Silva.
Como
me dediquei à Fisioterapia Psicomotora Clínica, busquei
aprimoramento fazendo curso de Formação em Psicanálise Clínica na
Sociedade Fluminense de Psicanálise Clínica e de Formação em
Psicomotricidade Sistêmica no CEC, com a Profª Drª Rosa Prista.
No
campo da fisioterapia psicomotora clínica tenho atuado mais com
adolescentes e adultos, lidando com os problemas cognitivos, de
adaptação circunstancial e com os comportamentos e vivências
existenciais.
30
Experiências Atuais
Atuo
como professor e terapeuta didata nas formações em Terapia
Psicomotora Analítico-Clínica no CEBRASC, à Rua Francisco Eugênio,
180, sobrado, em São Cristovão, Rio de Janeiro, RJ.
Atuo
também como Diretor de Ensino dos Cursos de Formação Pastoral do
Seminário Teológico Santo André - SETESA, anexo ao Mosteiro
Compaixão Sagrada, à Estrada das Amendoeiras, 248, Capivari, Duque
de Caxias, RJ.
Mantenho
publicações rotineiras em dois blogs, com dois artigos semanais:
<
www.alforriacrista.blogspot.com > de natureza religiosa; e
<
www.professorfelismar.blogspot.com > de natureza científica.
Assumi
como Professor Adjunto Mestre I na Universidade Unigranrio, desde
agosto de 2000, estando atuando como Líder do Grupo de Pesquisa
GEFISIO - Unigranrio; em salas de aulas para medicina, enfermagem,
fisioterapia, nutrição, odontologia e outros; em assistência
terapêutica e orientação pedagógica de alunos com dificuldades de
adaptação e baixo rendimento acadêmico; em iniciação científica
e em projetos de pesquisas; como parecerista de projetos de pesquisas
no Comitê de Ética em Pesquisa da Unigranrio - CEP- Unigranrio;
como membro das Comissões de Biossegurança e de Resíduos de Saúde
da Unigranrio; como membro do NDE do Curso de Fisioterapia; e
participando de grupos de estudos e de trabalhos de interesse da
Escola de Saúde da Unigranrio.
Por
decisão da Assembleia Geral da I Convenção Católica Independente
de Tradição Salomoniana - I COCI-TS de Feira de Santana, Bahia,
assumi como Bispo Primaz do Catolicismo Salomonita no Brasil desde
agosto de 2010, resgatando o Seminário Teológico Santo André -
SETESA, cuja sede em instalação está situada em Caxias, RJ, onde
tenho residência, no bairro Capivari (Chácaras Rio Petrópolis),
anexo ao Mosteiro Compaixão Sagrada. Deve-se notar, que todas essas
referências ostentam caráter de habitações populares de
comunidades do proletariado da Área do Grande Rio. Nossa função
principal é servir e não ser servido.
31
À Guisa de Conclusão
Agradeço
a Deus, à vida e à sociedade organizada em Estado, a oportunidade
de cumprir o propósito de Jesus Cristo na construção do reino de
Deus na terra. Agradeço ao Catolicismo Evangélico Salomonita na
figura de seu clero e crentes fieis, a oportunidade de tomar-me como
operário da messe do Senhor e de fazer-me um membro consciente do
Corpo Místico de Cristo nestes cinquenta e três anos de ministério
cristão. Agradeço aos meus clientes e alunos a oportunidade de
partilharmos conhecimentos terapêuticos e acadêmicos neste anos de
assistência terapêutica e docência superior. Se tivesse que
reiniciar agora, faria tudo novamente da mesma forma.
Felismar Manoel -
Bispo, Prof. Dr.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito legal .Sempre estudando.
ResponderExcluirGrande admiração.
ResponderExcluirObrigado Sonia. As benç~çaos de Dokôra e o carinho acolhedor de Tupã.
ExcluirLinda história de vida! Quero conhecer melhor o senhor e a igreja. Graça e Paz!
ResponderExcluirBom dia. Gostaria tanto de poder falar com dom Felismar como faço para conhecer a fraternidade missionaria? Fico no aguardo do seu contato para um maior conhecimento de ambas as partes e qualquer outras orientações que sejam necessárias a princípio pelo que agradeço gentilmente
ResponderExcluirBom dia, Dom Felismar. Acabo de ler o relato de sua rica trajetória humana, espiritual e eclesial e seu sempre renovado esforço de serviço ao povo mais desvalido e de aperfeiçoamento intelectual. Sou o Pe. José Oscar Beozzo da diocese de Lins SP e coordeno em São Paulo o Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular - CESEEP. Para meu doutorado em História social na USP, com a tese "A Igreja do Brasil no Concílio Vaticano II". Como fiz na tese um pequeno escorço de cada bispo participante do Concílio. Envio-lhe a pequena página escrita sobre Dom Salomão Ferraz e peço-lhe ajuda fraterna, para corrigir eventuais imprecisões ou enganos. Sou-lhe muito grato, desde já. Peço-lhe um segundo favor, recebi hoje um vídeo de um bispo (ele não diz o nome, nem a diocese) que se apresenta como da Igreja Católica Independente. Se o conhece por acaso, pediria que me indicasse seu nome e diocese. No amor de Cristo, que nos une, aceite meus votos e preces neste tempo pascal. José Oscar
ResponderExcluir224 - Dom Salomão Ferraz
Bispo titular, de Eleuterna, desde 25/03/1960
Vaticano II: 1°, 2°, 3° e 4° períodos
Intervenções [11] AS I/1, 581-83 - IX; AS I/3, 328; AS II/1, 662; AS II/3, 459-60; AS II/4, 853-55; AS II/5, 890-91; AS III/4, 730; AS III/4, 894-97; AS III/7, 844; AS III/8, 992-93; AS IV/2, 153-53; Bispo titular de Eleuterna
N. em Jaú, São Carlos, SP, Brasil, em 18/02/1880
Ord. sac.: 15/08/1945
Elev.: 15/08/1945 a “Primaz” da “Igreja católica livre do Brasil”
Consagr.: 15/08/1945
N. Jaú - SP, 18/02/1880
Ord. s.. 18/07/1945
Ord. e. 15/08/1945
Observ.: de família presbiteriana (pai era o pastor em Jaú); de 1902 a 17 exerceu o pastorato; de 1917 a 36 foi episcopal (anglicano), sendo pastor por 15 anos; fundou a “Ordem de Santo André”; em 1936 criou a “Igreja Católica Livre” do Brasil; ordenado e sagrado por Carlos Duarte da Costa, ex-bispo tit. de Maura em 1945; converteu-se e fêz pública profissão de fé em 08/12/59; João XXIII o recebeu em 25/03/1960 e o fêz Bispo titular de Eleuterna; casado, com vários filhos, viveu separado consensualmente da esposa desde 1945; foi capelão da Maternidade São Paulo; no Vaticano II advogou a tese da celebração litúrgica em vernáculo (cf. resumo e comentário de um intervento em CAPRILE, vol. II, pp. 91-92); cf. REB 20/1 (1960), p. 221; REB 20/2 (1960), pp. 498-499; REB 29/2 (1969), p. 480; CC 1960/2, pp. 205-207.
+ 09-05-1969
Se tiver um telefone com WhatsApp, repasso-lhe o vídeo acima mencionado. Abraço fraterno, José Oscar
Que linda trajetória de vida. Obrigado por partilhar suas memórias e experiências conosco.
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