segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Meditação Relaxante

Prof. Dr. Felismar Manoel


A prática da meditação é um importante recurso terapêutico para se usar no combate ao estresse e  a ansiedade, se obtendo através dela a diminuição dos níveis de cortisol e adrenalina no sangue, resultando em consequência o  relaxamento muscular, o aumento da resistência elétrica da pele e dos níveis de defesas orgânicas, melhorando  o vigor biopsiquico, os níveis de concentração mental e a criatividade.

Atividades Cerebrais e Ondas Eletromagnéticas

A prática da meditação tem relação com as atividades cerebrais, e estas produzem ondas eletromagnéticas  pela atividade elétrica das células. Elas podem ser medidas com aparelhos eletrônicos como o Eletroencéfalograma ou EEG. As freqüências dessas ondas elétricas são medidas em ciclos por segundo ou HZ(Hertz). As ondas cerebrais mudam de freqüência baseadas na atividade elétrica dos neurônios e estão relacionadas com mudanças de estados de consciência (concentração, relaxamento, meditação, etc.)

Você tem a sua própria característica de atividade das ondas cerebrais. Ela tem um padrão e um ritmo - e incorpora as freqüências BetaAlfaTeta, e Delta em vários níveis através das atividades diárias à medida que o cérebro as modula para se adequar à determinadas tarefas.

a) Ondas Beta: A faixa de ondas Beta está entre 13 30 HZ. -  Atenção, Concentração, Cognição
Você está bem desperto e alerta. Sua mente está concentrada, e você está pronto para trabalhos que requerem atenção total.

b) Ondas Alfa: A faixa de ondas Alfa está entre 7-12 HZ.  Relaxamento, Visualização, Meditação

Quando você está relaxado, sua atividade cerebral baixa do rápido padrão Beta para as ondas Alfa mais lentas. Sua consciência interna expande. Sua energia criativa começa a fluir e a ansiedade desaparece. Você experimenta uma sensação de paz e bem-estar.  Em Alfa, nós acessamos mais facilmente nossa capacidade dormente - ela funciona como um portal para estados de consciência mais profundos.

c) Ondas Teta. A faixa das ondas Teta está entre 4-7 HZ. Meditação Intuição, Criatividade, Memória

O aprofundamento do estado de relaxamento, introduz a pessoa no misterioso estado Teta onde a atividade cerebral baixa quase ao ponto do sono. Teta é o estado cerebral no qual incríveis capacidades mentais ocorrem. O estado Teta propicia flashes de imagens do inconsciente, criatividade e acesso a memórias a muito tempo esquecidas. Teta leva a estados profundos de meditação, podendo sentir a mente expandir além dos limites do  corpo.


Em Teta, nós estamos como num "sonho acordado", ficamos receptivos a informações que estão além do nosso estado normal de consciência, ativando estados mentais extra-sensoriais. 

d)  Onda Delta.  A faixa  Delta está entre  0.1 - 4 HZ. Consciência expandida, Cura e Recuperação, Sono

Delta é a mais baixa de todas as freqüências de ondas cerebrais. Está associada com o sono profundo, algumas frequências na faixa Delta liberam o hormônio do crescimento humano( HGH ) que é muito benéfico para a regeneração celular e a cura. Delta é a onda cerebral para o acesso ao inconsciente, onde a intuição pode aflorar facilmente.

Dominância Cerebral Hemisférica

Acredita-se que os estilos comportamentais das pessoas dependem das  dominâncias dos hemisférios cerebrais. Pode-se afirmar, baseando principalmente nos estudos e teorias de Ned Hermann, que o hemisfério esquerdo tem uma função analítica, pois ele analisa, critica, quantifica, toma medidas preventivas, planeja, organiza; já o hemisfério direito tem um função criativa, pois é ele que imagina, sonha, cria, corre riscos, quebra regras, fala muito, chora muito também, emociona-se.

Mecanismos da meditação

Quando se medita o hemisfério dominante sai da frequência beta e desce ao nível da frequência alfa; este estado meditativo sendo mantido por alguns minutos, estabelece sincronização em alfa com o outro hemisfério cerebral. Esta frequência sincronizada em alfa nos dois hemisférios, produz o relaxamento corporal, aumenta a resistência elétrica da pele e reduz os níveis de cortisol e adrenalina no sangue.
A frequência habitual da meditação, por cerca de trinta a cinquenta minutos diários, leva o cérebro a descer a sua frequência ao nível teta, produzindo um relaxamento profundo e melhorando várias funções mentais, podendo ter momentos de frequência delta, que facilita o desenvolvimento da criatividade.

Como Praticar a Meditação Relaxante

Procure estar confortavelmente sentado, com a coluna em ângulo de 90 graus; pratique três incursões respiratórias profundas, prendendo o ar por alguns segundos e então espirando com os lábios entreabertos, como se assobiasse; reduza agora a sua respiração suavemente, ao nível da necessidade da manutenção da vida.
Esvazie a sua mente de qualquer pensamento, não se preocupando com nada; feche os olhos e se mantenha com a respiração suave e a mente vazia. Se algum pensamento vier à sua mente, desligue-o e retorne à mente vazia, apenas ao sentar quieto. Se mantenha assim por 10 minutos, por 20, por 30, por 40, por 50 minutos. Depois deste tempo, restabeleça a sua respiração ao nível normal, abra os olhos, se movimente, e cultive um pensamento de gratidão à vida, por poder ter meditado.
À medida que você se habituar com a prática da meditação, você fará a meditação com mais facilidade e logo cedo começará a perceber a melhora no seu bem estar pessoal.

Referências Bibliográficas:
Existem muitas publicações sobre meditação, mas o modelo exposto acima faz parte da minha experiência de vida e é usado nas comunidades das quais tenho participado. Pode-se ler também  Ned Hermann The Creative Brain – 1982  Dyamond, A.L. – The principle of the Dominants and Hemisphere Interaction.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Diabos, Demônios, Satanás e a Palavra de Deus


Bispo Felismar Manoel (1)



"Sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.
Revesti-vos de toda armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do Diabo;
porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Portanto, tomai toda armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.
Estais, pois firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça.
Calçai os pés com a preparação do Evangelho da Paz;
embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.
Tomai também o capacete da salvação e a Espada do Espírito, que é a Palavra de Deus;
com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos
e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho,
pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo".

Paulo aos Efésios 6: 10-20.



Nos dias de hoje, se usa como sinônimos, as palavras diabos, demônios e satanás. Nas diversas versões da Bíblia, por vezes, os três vocábulos são usados se referindo ao espírito maligno, se referindo a satanás. É verdade que satanás sempre procura tirar proveito das situações onde se fazem presentes as ações dos diabos e dos demônios; entretanto, existem algumas diferenças entre esses dois conceitos.

Inicialmente vamos definir cada conceito a partir das suas origens na língua grega:

 diabolês, diabo em português; é um substantivo feminino, que expressa vários sentidos, como... desavença e inimizade; aversão e repugnância; medo e temor; acusação; calúnia.
Nos textos bíblicos é geralmente apresentado como um ente do mal que faz o "jogo ao contrário" do bem da pessoa, é um inimigo da salvação, é um caluniador.
Resumindo: Diabo é o que joga contra o nosso bem, valendo-se das nossas tendências naturais.

daimonion, demônio em português; é um substantivo neutro, que expressa os sentidos de divindade e poder divino; gênio, fantasma e espírito; fado, destino; mau espírito;
Nos textos bíblicos geralmente expressa o sentido de um ente espiritual que perturba a ordem da salvação em Cristo;
Resumindo: Demônio é um espírito desencarnado que tem afinidade com algum dos nossos modos de ser.

ãsatanaz, satanás em português; refere-se ao espírito do mal, o anjo decaído, que popularmente se denomina capeta, o ente espiritual opositor da salvação operada por Jesus Cristo, o Filho de Deus.
Resumindo: Satanás é o espírito do mal inimigo de Cristo e da nossa salvação.

Os demônios

O que se entende por demônios nas literaturas antigas, de um modo bem generalizado? Quando se fala em demônios está se referindo a espíritos desencarnados, podendo ser os elementais da natureza, ou os espíritos humanos.

Demônios como espíritos (elementais) da natureza

Os espíritos elementais da natureza são infra-humanos, ou seja, nunca foram humanos, portanto podem ser os elementais da água (ninfas e ondinas); os elementais da terra (gnomos e pigmeus); os elementais do fogo (salamandras); ou os elementais do ar (sílfides); todos estes elementais sendo considerados como componentes dinâmicos não materiais, criados pelo Autor da Vida para fazer funcionar cada componente da natureza, considerando a natureza também uma das criaturas de Deus.
Algumas culturas antigas e outras dos dias de hoje, acreditam que esses elementais assumem funções de gênios, sendo responsáveis por certos comportamentos humanos; estes elementais se personalizam na individualidade dos seres humanos, para acerbar certos tendências da pessoa; como exemplos pode-se citar os arquétipos de íncubos e súcubos das mitologias antigas, que se tornam os responsáveis pelos comportamentos homossexuais passivos e ativos, de forma desregrada. Outras culturas consideram estes elementais como divindades, a quem atribuem certas tarefas no governo da natureza e que podem individualizar-se nas relações com algumas pessoas, tornando-se seus principais protetores; como exemplos temos os arquétipos dos diferentes orixás nas culturas africanas, principalmente na cultura iorubá.

Demônios como espíritos humanos desencarnados

Entende-se também por demônios, os espíritos desencarnados que se manifestam como inteligências humanas extracorpóreas, incluindo aí as almas dos mortos, ou qualquer outra sorte de espíritos, sejam considerados bons ou maus pelos diferentes grupos de culturas humanas.

Nos escritos antigos fala-se de "bons demônios" e "maus demônios", podendo ser "divindades" ou "gênios", responsáveis por influenciarem ou produzirem induções comportamentais nos seres humanos encarnados, ou nos fenômenos naturais. Esses demônios interagem conosco, a partir de afinidades com alguns aspectos de afirmação dos nossos egos pessoais, ou por afinidades com algumas de nossas tendências.
É interessante notar que o Evangelho Alforriador de Jesus Cristo confere aos discípulos de Cristo, poder sobre todos os tipos de demônios.

Relações entre os humanos e os espíritos

Querer negar as possibilidades de influenciação recíproca entre seres humanos encarnados e espíritos desencarnados é uma bobagem, pois a vida nas diversas igrejas e outras instituições religiosas, provam essas inter-influenciações, na maioria das vezes prejudiciais a maturidade espiritual da pessoa e à sua libertação e crescimento espiritual em Cristo.
Nos relatos bíblicos do Velho Testamento é proibido a busca de dialogo com os espíritos dos "mortos" pelos humanos vivos na carne, e não encontramos no Novo Testamento, nenhuma autorização para organizar uma forma cultual de consulta aos espíritos dos mortos.

Assistência espiritual dos cristãos

O evangelho de Jesus nos traz a promessa de Jesus Cristo, de não nos deixar na orfandade da sua presença, pois que o Espírito Santo faria esta função de Paracleto (Assistente) para nos orientar em todas as coisas. Graças a Deus isto aconteceu ao completar os dez dias após a ascensão de Jesus Cristo aos céus, quando ele enviou o Espirito Santo sobre seus discípulos reunidos em Jerusalém; enquanto comunidades eclesiais, temos sido amparados e orientados pelo Espírito Divino em todas as regiões do planeta onde existe a presença da Igreja de Cristo, desde aquele Pentecostes memorável dez dias após a Ascensão de Cristo aos céus, não tendo necessidade nenhum cristão, em qualquer lugar, de consultar espíritos de mortos sobre as questões da vida.

Como pode um demônio nos influenciar?

Para esclarecer este assunto com mais propriedade, acho conveniente refletir um pouco sobre a formação do sistema neurológico do ser humano. O nosso sistema neural é composto por três complexos blocos, sendo cada um desses blocos construídos por Deus ao criar certos grupos de animais que formam o filo dos vertebrados (animais que tem ossos).
O primeiro bloco é comum também aos peixes, anfíbios e répteis; o segundo sobreposto ao primeiro, é comum nos mamíferos; e o terceiro sobreposto aos outros dois, é comum nos macacos, apresenta vestígios de sua existência nos fósseis dos hominidas extintos, e também está presente nos humanos.
Temos uma estrutura neural complexa, cuja função principal é nos adaptar ao meio onde vivemos; o cérebro faz trocas constantes de informações entre o meio ambiente e os comandos de como agir no meio onde se vive.

Como o cérebro funciona?

A célula básica funcional do cérebro é chamada de neurônio. Trata-se de uma célula animal especializada em transmitir informações através de baixas correntes elétricas, que faz a liberação de substâncias bioquímicas no terminal do neurônio, e que é captada por outro neurônio, propagando assim a informação; dependendo do tipo da substância química produzida, poderá manter a informação inicial, poderá inibir a informação inicial, ou moderar a informação recebida.

Cada comportamento humano, tanto no plano dos pensamentos, das emoções, dos sentimentos, dos afetos, das funções corporais, ou das ações socioculturais, envolvem um determinado número de neurônios, formando portanto o conjunto de neurônios envolvidos, um padrão neural comportamental.
Este conjunto de neurônios com atividades afins, funciona por meio de fluxos elétricos e ações bioquímicas e recebe o nome de "engrama neural comportamental", produzindo nas áreas cerebrais diversificados "campos eletromagnéticos" e vibrações em variadas frequências, podendo portanto, ser compreendidas, quer em comprimento de ondas, quer em frequências em Hertz (unidades de medidas).

Como ocorrem as interações entre espíritos e pessoas

As afinidades entre inteligências extracorpóreas (espíritos desencarnados) e inteligências endo-corpóreas (espíritos encarnados, os seres humanos), se fazem pela sintonia das vibrações frequênciais de cada um de nós (sintonia é vibrar na mesma faixa) com o determinado espírito.
Aquilo que somos de fato, em segredo, na nossa intimidade mais séria, influenciados pelos nossos desejos mais íntimos (mesmo que sejam ocultos), pelos nossos pensamentos, pelas nossas emoções, pelos nossos afetos e sentimentos, movimentam as nossas trocas entre neurônios e produzem os nossos campos eletromagnéticos, sobre os quais agem os espíritos desencarnados, em consequência das afinidades com essas nossas idiossincrasias (nossas subjetividades individuais, nosso jeito de ser), produzindo as suas interferências em nossas vidas (perturbação, encosto espiritual, indução espiritual ruim, obsessão espiritual).

O ministério dos anjos de Deus

O ministério dos anjos de Deus ajudam os seres humanos que creem em Deus e cultivam o seu amor e reverência; mas as vezes nós humanos insistimos nos mesmos comportamentos, buscando a afirmação e satisfação dos nossos egos animais socioculturais, e colocando em segundo plano o ideal de construção do self espiritual cristão segundo o modelo de Cristo, facilitando, pelo mau uso do nosso livre arbítrio, as interferências espirituais nefastas a nossa espiritualidade em Cristo, conforme propõe o seu evangelho alforriador.

Dos espíritos verdadeiramente bons

Existem legiões de espíritos que compõem as testemunhas de Cristo, e estes se conjugam com os planos espirituais dos anjos de Deus em seu ministério a favor dos seres humanos.

Não faz parte do ministério dos anjos ajudar os humanos a organizar culto aos próprios anjos, culto aos espíritos, culto às almas dos mortos, culto aos santos, culto aos gênios, culto às divindades, culto aos demônios, culto a satanás; só existe como legítimo o culto de adoração, amor, serviço e reverência a Deus nas pessoas do Pai, do Cristo Filho e do Espírito Santo. O ministério dos anjos é constituído a favor dos humanos na sua relação com Deus em Cristo, conforme os planos de salvação oferecidos pelo Filho de Deus.

Na ordem angelical existe uma verdadeira hierarquia espiritual envolvida nos cumprimentos dos propósitos de Deus, tendo em ordem a criação, a manutenção, o funcionamento e a realização do propósito do universo. O nosso papel como cristãos é formar o Corpo de Cristo, pelo poder que ele concedeu de nos tornarmos filhos de Deus, construindo aqui na terra o seu Abençoado Reino, agindo como operários de sua messe, mas de acordo com o evangelho do reino, aguardando o dia nos fins dos séculos, quando ele virá para restaurar todas as coisas e assumir o seu Trono de Rei do Universo.

Afinal, como se discriminam os diabos, os demônios e satanás?

Para discernir este assunto à luz dos evangelhos de Jesus, vamos tomar o texto que relata as tentações de Jesus Cristo no deserto, logo após o seu batismo. A narrativa encontra-se em Mateus 4: 1-11; Marcos 1 :12-13; Lucas 4: 1-13. Estou tomando o texto de Mateus:

"Após sair das águas do batismo, foi Jesus levado pelo Espírito Santo ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.
Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.
Jesus, porém, respondeu: Está escrito:
Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.
Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse:
Se és o Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito:
Aos seus Anjos ordenará a teu respeito que te guardem;
e: Eles te susterão nas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.
Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito:
Não tentarás o Senhor, teu Deus.
Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse:
Todo isto te darei se, prostrado me adorares.
Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, satanás, porque está escrito:
Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.
Com isto, o deixou-o o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram".

Tentação do diabo

O diabo age geralmente a partir de nossas pulsões do ego, valendo-se dos elementos habituais de contentamento da pessoa, mas que postos em prática contribuem contra os propósitos dos planos de salvação, ou que constitui um empecilho para a realização do self individual idealizado (é a vida segundo o modelo de Cristo).
O diabo poderá ser um ente elemental da natureza, que semeia em nossa consciência e nossos pensamentos, ideias falsas ou ímpetos naturais que contrariam os nossos propósitos de progresso pessoal. O diabo tem muita relação de afinidade com os nossos desejos da carne, com as nossas pulsões do ego, com as nossas tendências pessoais.
No texto exposto acima da narrativa evangélica, vemos que o tentador usou a pulsão da fome de Jesus, na intenção de levá-lo a romper com o seu propósito salvacional; tentou corromper os seus ideais divinos e transformar Jesus em um grande taumaturgo humano (ser humano que produz fatos maravilhosos), usando dos seus poderes de Ungido de Deus de modo errôneo. Se isto acontecesse seria um desvio de rota dos propósitos estabelecidos pelo Pai.
Vemos que nesse episódio, o diabo ousou usar até mesmo os textos das Escrituras Sagradas na tentativa de induzir ao erro o Filho de Deus feito Homem, com certeza sendo manipulado por satanás; entretanto, percebemos que Jesus usou com autoridade a Palavra de Deus para reagir contra as tentações do maligno.

Tentação dos demônios

Embora os diabos possam ser enquadrados no rol das tentações demoníacas, posto que se classificam também como entes espirituais desencarnados, há uma certa propriedade diferenciadora nos demônios, como espíritos humanos desencarnados que que tem certas afinidades com a pessoa:
  • poderá ter afinidades com os seus pensamentos e ideias, se situando no terreno das ideologias cultivadas, atendendo aos desejos do seu ponto de vista pessoal;
  • poderá se manifestar induzindo o ser humano nas suas justificativas pessoais, nos seus mecanismos de defesa, levando quase sempre a justificar os seus pontos de vistas;
  • as pessoas sob influências dos demônios, enquanto espíritos humanos desencarnados, quase sempre afirmam as suas posturas como próprias, tendo dificuldade para perceber que existem outros espíritos se alimentando das emoções que seu estilo pessoal possibilita para ambos.
Há uma necessidade destas pessoas se submeterem às autoridades pastorais e de direção espiritual, quando do tratamento para se libertarem, necessitando de jejuns, orações e reflexões assistidas pastoralmente sobre a palavra de Deus. Jesus Cristo conferiu poder aos seus discípulos contra todas as classes de demônios.

As investidas e o proveito tirado por satanás contra nós

Satanás é o agente do mal por excelência; é a figura mitológica utilizada para incorporar o papel dos anjos decaídos, que foram expulsos do céus da habitação divina e se tornou o inimigo dos propósitos da Santíssima Trindade, de salvar os seres humanos de boa vontade. Geralmente este espírito do mal tira proveito da invigilância do crente e da sua vida fora da santidade, em desacordo com o que Jesus Cristo propôs. Satanás induz toda as classes de demônios que se desalinham do ministério do anjos de Deus, exercendo sobre eles verdadeiro domínio em prejuízo da nossa verdadeira espiritualização em Cristo.
No texto exposto, sobre as tentações de Jesus Cristo, satanás usou de poderes de projeção da consciência extracorpórea, levando Jesus a uma altíssima montanha de onde fosse possível ver todos os reinos do mundo submetidos a satanás; de modo muito descarado, propôs dar tudo a Jesus se ele prostrado por terra o adorasse. Que petulância! Satanás propôs dar-lhe os seus reinos de submissão, logo a Jesus de Nazaré, a encarnação do Cristo Filho de Deus, portanto, o Rei de Todo o Universo. Jesus o derrotou usando a Espada do Espírito, a Palavra de Deus e o exorcizou para o seu próprio lugar.

Proveitos espirituais para nós a partir destas reflexões

O cristão não deve se submeter a nenhuma outra orientação divergente do evangelho. A bitola que orienta a nossa espiritualidade, a nossa própria vida, é aquela que está contida nos evangelhos, pois ela é procedente dos ensinamentos de Jesus de Nazaré, a encarnação do Filho de Deus. Jesus Cristo constitui o Embaixador do Céu, que veio à Terra para cuidar aqui dos interesses do Povo de Deus. João (3: 16), seu discípulo amado, registrou que ele veio para atender o amor do Pai pelo mundo, a fim de que, todo aquele que nele crer, não experimente a morte espiritual, mas possua a vida eterna.
Após este grande movimento da Santíssima Trindade a nosso favor, não temos o direito de negligenciar os ensinamentos de Jesus Cristo, em favor das mensagens truncadas apresentadas por diferentes visões e aparições, ou outras comunicações de espíritos que se dizem bons, santos, ou celestes, quando suas mensagens apresentarem outras ideias e doutrinas diversas do evangelho.
Na sua Primeira Carta, João (4: 1-6) orienta a fazer provas aos espíritos, dizendo que todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; por outro lado ele afirma que, todo espírito que não confessa Jesus Cristo, não procede de Deus. Paulo também admoesta que, qualquer espírito que apresentar um evangelho diferente do evangelho de Jesus Cristo, deve ser exorcizado, pois neste caso ele não procede da parte de Deus (Gálatas 1:8).
Do ponto de vista individual o cristão deve ser cuidadoso e ter sempre presente que todas as suas pulsões carnais, tendências, desejos, caprichos, muito impositivos e descontrolados, podem estar atendendo a entes diabólicos da própria natureza; da mesma maneira, as ideias arraigadas, as ideologias exclusivistas e sem diálogos, os preconceitos, a intolerância com os diferentes, podem ser fontes de aprisionamento aos demônios com os quais podem ter afinidades diversas. É preciso cuidado, pois todos esses tipos de demônios são alvos fáceis para as manobras de satanás, para afastar o cristão da harmonia e comunhão com os membros da comunidade eclesial.
Cada cristão crente fiel, batizado em Cristo e no Espírito Santo é membro do Corpo de Cristo, constituindo o Povo de Deus na terra e participando da comunhão que há em Cristo e todos os santos, mantida e celebrada nos encontros cultuais de adoração a Deus nos templos. Satanás tem um profundo interesse em quebrar estes elos de verdadeira comunhão entre o Povo de Deus, afastando os membros do amor recíproco e da verdadeira comunhão que há entre Deus e seu povo reunido no amor de Cristo. Ore, jejue, estude a palavra de Deus, peça orientação aos pastores e diretores espirituais. A Segunda Carta de Pedro (5:8) inspira uma advertência aos irmãos, nas Orações das Completas no Diurnal Brasiliense: "irmãos sede sóbrios e vigiai, porque vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós, como um leão que ruge, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, firmes na fé, sabendo que os vossos irmãos espalhados pelo mundo, sofrem as mesmas coisas". Mas Jesus Cristo já venceu esta luta por nós. Confiemos e vigiemos.



Referências Bibliográficas

Bíblia Sagrada, Almeida Revista e Atualizada no Brasil, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, São Paulo, 2009.

Dicionário Grego-Português e Português-Grego, Isidro Pereira, S. J. 5ª edição, Porto, Portugal, 1976.

Diurnal Brasiliense, Oficio de Completas. Manual de Oficio Divino do Catolicismo Salomonita, Caxias, Rio de Janeiro, Versão 2010.

Memorial de Antigas Culturas e Civilizações, Os Costumes dos Povos Antigos, Fontes Diversas em Latim, Grego, Francês e Espanhol. (Registros Pessoais Coletados de 1959 a 1972).






(1) - Professor Mestre Adjunto I da UNIGRANRIO; Doutor em Filosofia da Religião - SETESA/Não Capes; Mestre em Ciências da Motricidade Humana - UCB/Capes; Formação em Psicanálise Clínica - SFPC; Formação em Psicomotricidade Sistêmica - CEC; Formador-Didata em Terapia Psicomotora Analítico Clínica - TEPAC do CEBRASC; Especialista em Docência Superior - IBMR; Bacharel em Fisioterapia - IBMR; Bacharel em Filosofia - SETESA; Bacharel em Teologia - SETESA; Bispo Primaz do Catolicismo Evangélico Salomonita - ICAI-TS.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Meditação e Saúde

Prof. Dr. Felismar Manoel (1)



Introdução


Infelizmente, no Brasil urbano mais que no Brasil rural, a meditação é vista sob um olhar preconceituoso, ou como coisa de pessoas extravagantes, párias, "matusquelas", tipos "estranhos no ninho"; e isto é uma pena, pois a meditação exerce ação fisiológica altamente significativa à saúde das pessoas.

Tenho convivência com a meditação indígena desde minha infância, junto aos nativos puris de terceira e quarta geração, já acostumados com a cultura dos colonizadores, mas que tiveram o cuidado de não abandonarem aquilo que lhes constituía um patrimônio próprio, nas regiões da zona da mata mineira, mais precisamente nas cercanias de Cruzeiro, no Município de Guiricema.

No ambiente do Catolicismo de Roma aprendi a meditação em temas religiosos e percebi que também esta modalidade produz os mesmos efeitos fisiológicos; quando me transferí para o Catolicismo Salomonita aprendi a meditação como método de obtenção da sinesis, para aprofundamento em questões de espiritualidade, tanto a nível individual, quanto grupal.

Foi nas comunidades esotéricas, tanto ocidentais quanto orientais, que aprendi de modo mais estruturado a meditação, e nestes ambientes, como forma de promoção e tratamento da saúde, visando a vida em plenitude; não a plenitude da eubiótica (dinâmica da vida perfeita idealizada), mas a plenitude da calibiótica (dinâmica da vida de boa qualidade que está ao nosso alcance). O treinamento do Qi Gong Taoista, na esfera da medicina chinesa, trouxe muito enriquecimento na minha prática da meditação.

Neste ensaio, não pretendo um recorte acadêmico rigoroso, que agrade aos paladinos do cartesianismo, pretendo apenas expor, para os leitores de boa vontade a simplicidade da prática da meditação diária, mostrando em linguagem simples os benefícios que ela nos traz.

A Meditação na Cultura Indígena


Sou herdeiro da cultura indígena puri de terceira geração, que convivia, compartilhava e servia aos fazendeiros italianos, e portanto, mesclada de valores dos colonizadores e circunstâncias do meio ambiente. Meus bisavós eram, Indira Puri, das margens do rio pombo, casada com Tongo Mina, africano que vivia naquela região mineira; deles surgiu em primeira geração a minha avó Maria Graciana, que casou com Juaquim Soares de Souza Lima, um português de Coimbra; desse casamento surgiu, na segunda geração, a minha mãe Maria Soares que casou com Felício Manoel Julinho, descendente de família italiana; dessa união matrimonial surgiu a terceira geração, na qual eu me incluo entre mais quatorze irmãos.

Nasci e cresci no meio rural em contato com os povos nativos da região, sendo todos vulgarmente chamados de puri, em consequência de ser a região de ocupação dos índios com esse nome. Desde criança, ao contrario de meus irmãos, tive interesse pela tradição cultural dos povos, o que me fez aproximar da vida clerical com a Igreja de Roma, único meio de expressão cultural formativo na região. Infelizmente discordei das orientações de Roma e me transferi para o Catolicismo Salomonita, onde consolidei minha formação, mais compatível com os ensinamentos dos evangelhos de Jesus de Nazaré, para mim a bússola segura para um mundo melhor e uma espiritualidade perfeita.

Foi no ambiente da cultura puri que aprendi a meditar desde criança. A meditação indígena utiliza-se como primeiro método para a meditação, o emprego dos sons de tambores e de flautas de taquaras, acompanhados da emissão de palavras sagradas; o seu objetivo é a expansão da consciência para a percepção de circunstâncias especiais que necessitam de orientações também especiais. Este estado de consciência expandida permite uma expressiva sensação de paz, de alargamento da compreensão e de bem estar geral.

Os povos puris utilizam também de outras técnicas para a prática da meditação, como a do fogo sagrado, as das fontes das águas, do inebriar dos vegetais e da própria revolução do tempo nas tempestades; entretanto, estes são detalhes que não nos interessa expor aqui.

Diferentes universidades e grupos culturais se voltam para o estudo e a prática desta herança indígena da meditação. Na USP existe um movimento na Escola de Saúde Pública, através de um antropólogo psicanalista, que está associando a prática da meditação com a promoção da saúde e a prevenção de enfermidades; existe também em São Paulo o Grupo da Plena Atenção usando as técnicas de meditação inspirada na cultura indígena; também em Amazonas movimento semelhante tem acontecido; na Austrália, uma faculdade criou o Centro Cultural Indígena e de Meditação, no qual está aliando a meditação a uma formação de cultura ecológica.

A meditação usada na cultura indígena é parte de seu patrimônio de recursos técnicos culturais para resolver problemas de ordem prática na comunidade, tratamento de desequilíbrios e promoção do bem estar da população.


A Meditação nos Ambientes Esotéricos


Existe algum preconceito social e religioso por parte das massas urbanas, com relação ao conceito de esotérico; e é uma pena, pois se trata de um afastamento por questões de ignorância do que seja o esoterismo.

Quando se fala em esoterismo, está se referindo a um sistema de semiótica na área da comunicação. Um bom exemplo desse sistema, é o conjunto de sinais que se usa no trânsito para orientar os condutores de veículos; estes devem saber que atitude tomar naqueles espaços onde está o indicativo do sinal de trânsito. Trata-se de um sistema esotérico, pois só os que conhecem aquela mensagem da placa de trânsito, sabem interpretar qual a conduta que se cobra do condutor de veículos para aquela área demarcada. No sistema esotérico utiliza-se também o exotérico, entendendo-se com esta palavra, tudo aquilo que é dito e que está no nível de compreensão de todos presentes, a nível de massa cultural.

Os mosteiros, escolas, centros e também os templos esotéricos, utilizam um processo semelhante ao dos condutores de veículos automotores, para transmitir os ensinamentos esotéricos, aqueles conteúdos que exigem um nível de cognição mais abstrata e simbólica.

Estes espaços se dedicam a preparar pessoas de boa vontade, que querem se dedicar a construir um mundo mais compreensivo e capaz de ajudar a manifestação e fluxo da vida, em paz, em fraternidade, em cidadania, em solidariedade. Estes espaços são formados cultural e tecnicamente, nas áreas da saúde, da educação, da espiritualidade, da convivência, da filosofia, da religião, e é um sistema que está aberto a qualquer grupo humano. Trata-se de um sistema que vai treinar pessoas e capacitá-las para levar os seus préstimos e ação colaborativa sempre que elas se fizerem necessários, sem se importar se o ser assistido compreende intrinsecamente o que ele está fazendo. Por isso vale-se de sinais, figuras, símbolos, monumentos, anagramas, ou quaisquer outros recursos de semiótica, que ao ser visto por quem foi treinado, vai saber como se comportar, ou o que fazer naquelas circunstâncias surgidas, para gerar um bem geral, ou maior.

Na grande maioria das vezes, o treinamento para se obter uma atitude de paz, de tranquilidade, de vida plena, começa com o ato da imaginação, fortalecido pela reta intenção e desejo de fazer o bem, que irá gerar o estado de bem que se procura. O sistema esotérico é interessante, porque cada pessoa que o aprende e apreende, vai usá-lo de acordo com o seu arsenal potencial, podendo, portanto se adequar a qualquer pessoa capacitada, bastando inicialmente ter boa vontade e uma vida virtuosa, podendo ser aplicado em qualquer circunstância.

Infelizmente, nos dias de hoje, a meditação está virando mais uma mercadoria em nossa sociedade neoliberal consumista. Existem pessoas que transformam as instruções em "pacotes de informações" para venda, sem se importar com o acompanhamento e assistência, para que o seu exercício seja ético, dirigido por um aceitável padrão de vida comportamental, cidadania e moralidade. A comercialização faz correr o risco da perda de garantia destas qualidades. Fiquem vigilantes.


Fundamentos Científicos da Meditação


Os avanços das neurociências na época atual, tem permitido alargar o nosso conhecimento sobre o cérebro e as atividades cerebrais. Sabemos que as atividades do cérebro emitem ondas que podem ser medidas, e geralmente essas medições orientam intervenções profissionais, tanto na saúde quanto na educação.

Normalmente se considera quatro tipos de ondas, pela ordem das atividades, se classificando como segue:

* A onda beta: com frequência de 14 a 30 ciclos por segundo, é aquela das nossas atividades de pensamento conceitual, do nosso dia a dia;

* A onda alfa : com frequência de 08 a 13 ciclos por segundo, é aquela do relaxamento profundo, em alerta, com mente e pensamento esvaziado ao máximo possível;

* A onda theta : com frequência de 04 a 07 ciclos por segundo, é aquela do sono com sonhos (com movimento dos olhos);

* A onda delta : com frequência de 0,5 a 03 ciclos por segundo, é aquela do sono profundo sem sonhos (sem movimento dos olhos).

A prática da meditação no interesse da saúde , bem estar e qualidade de vida, se situa no nível da onda alfa, sendo em torno dela que vou fazer algumas reflexões.

Hemisférios Cerebrais Especializados

Inicialmente vamos desfazer uma confusão frequente nos ambientes de saúde e educação, no que consiste às ideias de "dominância hemisférica" e "lateralidade funcional corporal".

O neocórtex, quer dizer o cérebro dos primatas humanos é dividido em duas metades bastante parecidas denominadas de "hemisférios", e de um modo bem generalizado, se considera que o hemisfério dominante é aquele que controla a linguagem humana. Sabe-se que a maioria das pessoas tem o controle da linguagem fonética no hemisfério esquerdo.

A situação não é tão simples, pois sabe-se que a fala humana é acompanhada das inflexões, que comportam aspectos emocionais, afetivos, racionais, entre outros. Na prática, observa-se pessoas com certas características comportamentais que as distinguem de outras, como tendência para as ciências logico-matemáticas, enquanto outras se distinguem por uma tendência mais aberta às coisas do universo como um todo, por uma característica mais panorâmica da vida. Quando se observa estas distinções, está se cogitando de hemisfério dominante; aqui neste ensaio não interessa ter domínio desse assunto, precisa-se saber apenas que qualquer um de nós tem um hemisfério cerebral dominante.

Com relação a lateralidade funcional corporal, que muito se confunde com hemisfericidade dominante, refere-se ao predomínio de iniciativas e controle de execução de atividades corporais, que se iniciam pelo lado direito, ou pelo lado esquerdo, em qualquer um de nós. Estes estudos são aprofundados em psiconeuromiocinética, ou psicomotricidade.

Para nosso raciocínio sobre a meditação, precisamos saber que, qualquer um de nós sempre teremos nossas ações iniciadas predominantemente sob o comando de um hemisfério cerebral, mas que sempre funcionará envolvendo todos as áreas cerebrais, e portanto, também o outro hemisfério contra lateral estará em atividade.

A Sincronização da Frequência Alfa (a)

Quando uma pessoa começa o exercício da meditação, ela estará começando sua atividade cerebral a partir do seu hemisfério dominante; ela estará em uma disciplina de controle respiratório, postura, atenção, intenção, imaginação e tudo isto aliado a consciência corporal e do ser. A busca pacífica desse estado, leva o seu hemisfério dominante a entrar na frequência alfa; ao insistir na continuidade do treinamento, o outro hemisfério cerebral também passa para a frequência alfa de modo sincronizado.

Efeitos Fisiológicos Observados

Quando se consegue a sincronização alfa observa-se o relaxamento corporal profundo, em consequência das mudanças bioquímicas produzidas corporalmente na pessoa:

Diminuição da adrenalina circulante; diminuição do cortisol; redução da ansiedade e do estresse; sensação de bem estar e paz; melhora da cognição; entre outros.

Quando a meditação torna-se uma disciplina diária, em ambiente adequado, tempo adequado, controle adequado, poderá baixar os níveis de frequências em direção a delta (d), favorecendo o desenvolvimento da criatividade.

As meditações temáticas, objetivando a obtenção da sínesis (sintonia com conhecimentos), requer direcionamento e assistência de alguém treinado e responsável. Elas são praticadas nos mosteiros e centros de pesquisas em saúde e educação em várias partes do mundo.

A Meditação na Saúde e Educação

A meditação poderá ser praticada em busca do equilíbrio da atenção, da cognição, da conação (esforço consciente, formação da vontade e da atenção) e da afetividade.

Com sua prática geralmente se obtém melhoras na concentração e no relaxamento, no controle dos sentimentos, na quietude mental, na criatividade, na paciência e no equilíbrio pessoal.
Na saúde a meditação produz sensação de bem estar, regulação do sistema imunológico, regulação hormonal para o controle do estado de alerta, do estresse e da ansiedade.

A meditação tem sido indicada para o controle da depressão, da hipertensão arterial, da hiperatividade, dos transtornos alimentares, dos transtornos do sono e da bipolaridade.

Referências Bibliográficas


Manoel, Felismar. Apostilas de Meditação Vitalizante. Rio de Janeiro: Centro Brasileiro de Calibiótica, 2011

Manoel Felismar. Treinamento da Energia Vital. Rio de Janeiro: Centro Brasileiro de Calibiótica, 2008

Manoel, Felismar. Apontamentos de Psiconeuroimunologia para Sala de Aula. Rio de Janeiro: Centro Brasileiro de Calibiótica, 2006

Yu, Lu K'uan (Luk, Charles). Yoga Taoista - Alquimia e Inmortalidad. Madrid: Altalena, 1982

Zohar, Danah. O Ser Quântico. Rio de Janeiro: Best Seller, 2012

----------------------------------------------------------------------------------------(1) - Professor Mestre Adjunto I da UNIGRANRIO; Doutor em Filosofia da Religião - SETESA/Não Capes; Mestre em Ciências da Motricidade Humana - UCB/Capes; Formação em Psicanálise Clínica - SFPC; Formação em Psicomotricidade Sistêmica - CEC; Formador-Didata em Terapia Psicomotora Analítico Clínica - TEPAC do CEBRASC; Especialista em Docência Superior - IBMR; Bacharel em Fisioterapia - IBMR; Bacharel em Filosofia - SETESA; Bacharel em Teologia - SETESA; Bispo Primaz do Catolicismo Evangélico Salomonita - ICAI-TS.