(Saúde
Coletiva)
Prof.
Dr. Felismar Manoel (1)
A
Fisioterapia na comunidade trabalha de modo integrado com a equipe
de saúde, interprofissionalmente, a SAÚDE FUNCIONAL, e dentro
desta, é seu foco específico a SAÚDE CINÉTICA FUNCIONAL.
As
Unidades Básicas de Saúde - UBS, tem como foco central as
Estratégias de Saúde da Família - ESF, para conhecer a realidade
onde vivem as populações, e poder identificar para intervir nos
diversos fatores que interferem no processo saúde-doença na própria
comunidade.
As
ações de Vigilâncias na Saúde Cinética Funcional, e
principalmente na Vigilância do Desenvolvimento Infantil (aspectos
psico-neuro-mio-cinéticos), depende do olhar do fisioterapeuta no
cenário onde a população está, onde ela vive e passa a maior
parte do tempo, para identificar os múltiplos fatores que contribuem
para o desenvolvimento, bem como os que constituem agravos ao
desempenho da normalidade cinética funcional.
Existem
etapas críticas do desenvolvimento infantil, que requerem um
ambiente rico em fontes de estímulos para a criança; O
fisioterapeuta é empoderado a nível de conhecimentos teóricos e
práticos para oferecer assistência à Saúde Cinética Funcional,
desde a fase materno-infantil até à fase do envelhecimento; por
outro lado, é o fisioterapeuta o profissional que assume a
responsabilidade social pela assistência terapêutica à saúde
cinética funcional, dentro do esquema de organização de saúde do
SUS.
O
fisioterapeuta assiste na plenitude de sua senhoridade científica, a
saúde cinética funcional, desde a porta de entrada, conhecendo a
realidade de vida da pessoa, da família e da comunidade, além de
fazer parte das equipes dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família -
NASF 1 e 2 e nas terapias de apoio aos distúrbios de saúde mental
no NASF 3 integrados aos CAPS e CAPSI, neste sentido é extremamente
importante que o fisioterapeuta tenha também formação específica.
O
fundamental nas UBS é a Atenção Primária, oferecendo
resolutividade também na Atenção Secundária e Terciária, quando
possível a nível local, e quando não for possível, através do
sistema de Referência e Contra-Referência.
Todas
as abordagens clínicas da fisioterapia são necessárias nos
cenários de saúde comunitária, mas principalmente as disciplinas
de Fisioterapia na Comunidade, Fisioterapia Psicomotora Clínica e
Fisioterapia na Saúde Mental, oferecem embasamento para a
assistência às populações de modo geral.
Atenção
à Saúde da População
Existem
diversos níveis de atenção e de intervenção à saúde, conforme
abaixo:
Níveis
|
|
Atenção
à Saúde Cinética Funcional
|
Intervenção
Fisioterapêutica
|
A.
Primária
|
*
Ações que promovem a saúde
*
Ações que protegem a saúde
*
Ações que previnem disfunções cinéticas especificamente
|
A.
Secundária
|
*
Fazer o diagnóstico precocemente
*
Fazer o tratamento precocemente
*
Fazer a prevenção de agravos e sequelas cinéticas funcionais
|
A.
Terciária
|
*
Fazer recuperação cinética funcional
*
Dar assistência custodial para as disfunções cinéticas
crônicas e progressivas
|
Diagnóstico
Fisioterapêutico e Código Internacional de Funcionalidades e Saúde
- CIF
De
modo semelhante ao Código Internacional de Doenças - CID, usado na
classificação das diferentes doenças, existe também o Código
Internacional de Funcionalidades - CIF para classificar as diferentes
e diversificadas funcionalidades do ser humano. Os profissionais de
saúde necessitam adquirir domínio no uso deste instrumento
internacional classificatório, especialmente o fisioterapeuta, uma
vez que o diagnóstico fisioterapêutico é um diagnóstico cinético
funcional. Normalmente a classificação do CIF se ajusta com a
classificação do CID, posto que as entidades nosológicas são
produtoras de disfunções cinéticas conhecidas e próprias. Assim:
1
- O diagnóstico
cinético funcional
do fisioterapeuta para seguir a lógica do CIF, deve começar pela
identificação correta da disfunção
existente;
2
- deve ser identificada a(s) unidade(s)
agonista(s) que sofreu(eram) dano à função, o
segmento
ou segmentos do corpo que
são alvos da disfunção;
3
- identificar a doença,
ou dano,
que gerou a disfunção
(posição útil para o diagnóstico diferencial);
4
- identificar a função
social, ou atividade que deixou de ser efetuada
pela pessoa portadora da disfunção.
O
diagnóstico fisioterapêutico deve contemplar estes quatro itens
para ser elaborados, requerendo treinamento do profissional para
adquirir esse domínio. Na sequência do treinamento o fisioterapeuta
irá defrontar com detalhamentos dos graus de disfunção,
possibilitando o uso da CIF como instrumento de controle estatístico
para acurácia
clínica
na eficácia
do tratamento,
possibilitando também o enriquecimento das publicações
científicas.
------------------------------------------------------------------------------------------------------
*(1)
- Professor Mestre Adjunto I da UNIGRANRIO; Doutor em Filosofia da
Religião - SETESA/Não Capes; Mestre em Ciências da Motricidade
Humana - UCB/Capes; Formação em Psicanálise Clínica - SFPC;
Formação em Psicomotricidade Sistêmica - CEC; Formador-Didata em
Terapia Psicomotora Analítico Clínica - TEPAC do CEBRASC;
Especialista em Docência Superior - IBMR; Bacharel em Fisioterapia -
IBMR; Bacharel em Filosofia - SETESA; Bacharel em Teologia - SETESA;
Bispo Primaz do Catolicismo Evangélico Salomonita - ICAI-TS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário